Várias empresas na Coreia do Sul estão a dar bónus de cem milhões de won (65.512 euros) aos funcionários para incentivar o aumento da taxa de natalidade do país, que é uma das mais baixas do mundo.
Os resultados já estão à vista. No ano passado, a taxa de natalidade aumentou pela primeira vez em nove anos devido ao registo de mais casamentos e aos esforços políticos para incentivar as empresas e os coreanos a abraçar a maternidade e paternidade.
Nam Hyun-jin, de 35 anos, é uma das sul-coreanas que contribui para o aumento. Teve a segunda filha no último mês de agosto e revelou que foi incentivada pelo apoio político do governo e pelo esforço das empresas.
"A sociedade como um todo está a encorajar os nascimentos há mais de cinco anos, quando tivemos o nosso primeiro filho. E a cultura da empresa, de encorajar o parto, também está a dar uma grande ajuda", contou Nam Hyun-jin à agência Reuters.
A Booyoung, onde trabalha, é uma das empresas do país que começou a dar, em 2024, um bónus de mais de 65 mil euros a todas as funcionárias que tiveram filhos.
Esta mudança nas normas sociais pode revelar-se fundamental para o país que, na última década, viu a taxa de natalidade cair para o nível mais baixo do mundo, uma vez que as mulheres passaram a dar prioridade à progressão na carreira em detrimento do casamento e da maternidade, devido ao aumento dos custos com a habitação e educação das crianças.
A crise demográfica tornou-se mesmo no maior risco de crescimento da quarta maior economia da Ásia, assim como para o sistema de proteção social. A população da Coreia do Sul, de 51 milhões de habitantes, deverá diminuir para metade até ao final deste século.
No entanto, em 2024 as estatísticas sombrias tiveram uma reviravolta. A taxa de fertilidade foi de 0,75 filhos por mulher na Coreia do Sul, um aumento de 0,03 em relação ao ano anterior, de acordo com a Statistics Korea.
Esta taxa estava em declínio há quase dez anos, mas ainda está longe dos 2,1 necessários para manter a população sul-coreana nos níveis atuais.
Seul tem gastado grandes somas de dinheiro para incentivar os nascimentos através de subsídios, serviços de acolhimento de crianças e ajuda para tratamentos de fertilidade.
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