Em 2018, os EUA e a Rússia anunciaram que vão abandonar o tratado de mísseis nucleares de curto e médio alcance, que tinha sido assinado em 1987, após os norte-americanos terem acusado os russos de não cumprir com os seus compromissos.
"Precisamos de construir as nossas defesas aéreas contra qualquer tipo de míssil de cruzeiro russo, que se destine a um aliado", afirmou hoje Mark Esper, numa conferência de Imprensa, no final de uma reunião de ministros de Defesa da NATO, em Bruxelas.
"Enquanto Aliança, devemos preparar-nos para essa ameaça", disse o secretário interino de Defesa dos EUA, apelando aos países aliados para reforçarem as suas medidas defensivas.
Os ministros da Defesa da NATO concordaram em adotar medidas complementares, se a Rússia não demonstrar interesse em renegociar o tratado de armas nucleares até ao próximo dia 02 de agosto, data em que os EUA tornarão efetiva a sua retirada do acordo.
"Ao mesmo tempo que cumprimos o tratado, devemos começar a investigar o desenvolvimento de mísseis convencionais, não nucleares, que nos ajudem a lidar com qualquer ameaça", avisou Esper.
O chefe do Pentágono disse que os EUA "cumprirão o tratado até o último minuto" e voltou a culpar a Rússia pelo fracasso do acordo.
"Os EUA cumpriram sua parte do tratado, a Rússia não", insistiu Esper.
O governante norte-americano, recentemente escolhido pelo Presidente Donald Trump para a pasta da Defesa, realçou que o fim do acordo nuclear de curto e médio alcance conduz a "uma realidade perigosa e totalmente evitável", mas ressaltou que é a Rússia a responsável por esta situação.
Os aliados têm deixado claro que não pretendem imitar a atitude da Rússia e responder com novos mísseis em solo europeu.
Recentemente, numa conferência de Imprensa, o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, lembrou que o tratado de armas nucleares "nunca regulamentou sistemas baseados no ar ou lançamento do mar".
"Não vou comentar possíveis respostas específicas da NATO. Temos hoje um dissuasor nuclear que não contradiz o tratado, mas não vou dar mais pormenores sobre como poderíamos responder, simplesmente porque nossa principal mensagem é que ainda temos a possibilidade de salvar o tratado", disse na altura Stoltenberg.