Esta notícia surge dias depois de um petroleiro baseado nos Emirados Árabes Unidos (EAU) ter desaparecido em águas territoriais iranianas.
O petroleiro de bandeira panamenha MT Riah deixou de transmitir a sua localização durante a noite de domingo, perto da Ilha Qeshm, que tem uma base da Guarda Revolucionária, de acordo com dados do sítio eletrónico Maritime Traffic.
A televisão estatal iraniana não identificou a embarcação apresada, mas disse que foi intercetada no domingo.
O meio de comunicação referiu ainda que o petroleiro tinha 12 tripulantes estrangeiros a bordo e estava envolvido no contrabando de um milhão de litros de combustível de contrabandistas iranianos para clientes estrangeiros.
O relatório disse que o petroleiro foi intercetado no sul da ilha Larak, no Estreito de Ormuz.
Um responsável da defesa dos Estados Unidos disse à agência de notícias Associated Press (AP) no início da semana que os Estados Unidos "suspeitavam" que o Irão teria apresado o petroleiro quando este desligou o localizador no Estreito de Ormuz.
Um outro responsável dos EAU disse à AP que o pequeno petroleiro não fez qualquer pedido de socorro antes de desligar o localizador.
O petroleiro Riah, de 58 metros, fez a típica viagem a partir de Dubai e Sharjah, na costa oeste dos Emirados Árabes Unidos, antes de atravessar o Estreito e seguir para Fujairah, na costa leste dos Emirados Árabes Unidos.
O reconhecimento de que uma embarcação foi apresada pela Guarda Revolucionária do Irão parece contradizer as declarações do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano que, na quarta-feira, disse que o Irão ajudou um petroleiro estrangeiro com um mau funcionamento.
Estas atitudes da Guarda Revolucionária ocorrem num momento de crescente tensão entre o Irão e os Estados Unidos, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter retirado o seu país do acordo nuclear iranianos de 2015 com as potências mundiais no ano passado e impor sanções aos Irão.
O Irão recentemente aumentou a produção de urânio e o enriquecimento acima dos limites estabelecidos no acordo nuclear de 2015, tentando colocar mais pressão sobre os países europeus que assinaram o pacto e permitir que venda o seu petróleo bruto no exterior.
Os EUA enviaram milhares de soldados adicionais, bombardeiros B-52 com capacidade nuclear e jatos de combate avançados no Médio Oriente, em meio a tensões elevadas.
Ataques misteriosos contra petroleiros e o Irão a abater um 'drone' de vigilância militar dos EUA aumentaram os temores de um conflito armado irromper na região.