O procurador especial Robert Mueller disse hoje numa comissão da Câmara de Representantes que as conclusões da sua investigação, que foram conhecidas em abril passado, "indicam que o presidente não foi inocentado dos atos de que foi acusado", referindo-se às suspeitas de obstrução de justiça.
Desde a apresentação das conclusões da investigação, em abril passado, Donald Trump tem dito que o relatório o absolveu de todas as acusações.
"Nenhum conluio, nenhuma obstrução", repetiu várias vezes Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter e em declarações públicas, referindo-se à sua leitura de que o relatório de Robert Mueller não apresentava provas de que tivesse havido conluio entre a sua equipa de campanha e o governo russo, para interferência nas eleições de 2016, e de que tivesse havido obstrução de justiça por parte da Casa Branca, durante as investigações.
Hoje, Robert Mueller -- que está a responder perante duas comissões parlamentares, no Congresso, sobre o seu relatório -- confirmou que o seu relatório provou a existência de provas conclusivas sobre a interferência russa e que, relativamente às suspeitas de conluio e obstrução de justiça, a investigação não conseguiu reunir provas conclusivas.
Mueller acrescentou, contudo, que o presidente "não foi inocentado dos atos de que foi acusado", referindo-se à versão já conhecida do relatório apresentado em abril passado.
A possibilidade de obstrução de justiça pode ser razão para o início de um processo de destituição do presidente, na Câmara de Representantes.
Contudo, perante a divulgação do relatório, em abril, a líder da bancada Democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, disse que não havia matéria suficiente para desencadear o processo de destituição.
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