Em declarações à agência Efe, o especialista de saúde da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Jerome Pfaffman, disse que no total dos 2.617 casos de Ébola confirmados nas províncias de Kivu Norte e Ituri, 718 são crianças e mais de metade têm menos de cinco anos.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que para diminuir a situação de vulnerabilidade das crianças é necessário triplicar os recursos.
"Os colegas e as comunidades estão a lutar contra a epidemia sem descanso, mas necessitamos desesperadamente de apoio e da comunidade internacional", referiu Jerome Pfaffman.
A Unicef estima que seja necessário triplicar o seu orçamento para poder enfrentar esta crise, que inclui tanto a resposta sanitária como todo o programa geral de assistência social e humanitária.
Além do Ébola, a população do Kivu Norte e Ituri enfrenta uma grande crise de sarampo e uma situação de segurança muito precária, já que naquela área atuam mais de cem grupos armados.
Esta á a primeira vez que o vírus do Ébola afeta uma zona de conflito.
"Em Ituri, perto de metade dos centros de saúde foram danificados ou destruídos por combates nos últimos dois anos. E há um deslocamento maciço", disse Pfaffman.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou no dia 17 o estado de Emergência Internacional na RD Congo devido ao Ébola.
Este surto, o segundo mais mortífero na história, é apenas ultrapassado pela epidemia que entre 2014 e 2016 atingiu a África Ocidental e que matou mais de 11.300 pessoas.
O Ébola transmite-se entre humanos através de contacto direto (fluidos corporais como sangue, vómito ou fezes).