As últimas semanas têm sido de tensão e protestos nas ruas de Hong Kong.
Na origem dos protestos, está uma proposta de lei que permitiria extraditar detidos para a China continental.
O assunto é sensível em Hong Kong, região chinesa com estatuto especial - cuja soberania foi transferida para a China em 1997, num processo com características semelhantes ao que aconteceu entre Portugal e a China relativamente a Macau.
Nos últimos dois meses, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em protestos, que nalguns casos já ganharam contornos violentos, na sequência de confrontos entre a polícia e manifestantes.
Hong Kong vê-se assim mergulhada naquela que será a pior crise da sua história recente, com manifestações pacíficas gigantescas desde 9 de junho contra o governo local pró-Pequim, mas também com confrontos esporádicos entre manifestantes radicais e a polícia. É sobre estes últimos que agora falamos.
Se de um lado há uma polícia de choque munida de equipamento, do outro há chapéus-de-chuva, há muito um dos símbolos dos protestos de Hong Kong. É com estes que alguns dos manifestantes de Hong Kong têm conseguido montar pequenas 'muralhas' de proteção. É o caso do 'Testudo'.
A tática é antiga e remonta ao Império Romano, cujo inovador exército conseguiu, no seu tempo, conquistar vastas áreas de território na Europa (Portugal incluído) e em torno do Mar Mediterrâneo.
A formação 'Testudo' é uma formação militar inspirada na carapaça das tartarugas. O que o poderoso exército romano conseguia fazer com escudos (como pode ver na imagem abaixo), em Hong Kong é feito com recurso a chapéus-de-chuva, a sinais de trânsito e a escudos improvisados, como atestam as imagens captadas pela objetiva da Reuters que pode ver na galeria.
[Exemplo da formação 'Testudo' celebrizada pelo exército romano]© iStock