Anúncios da Coca-Cola pró-LGBTI espoletam pedido de boicote na Hungria

Os anúncios estavam relacionados com um festival de música que tem como tema, este ano, a 'Love Revolution' ('Revolução do Amor').

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Sara Gouveia
05/08/2019 19:28 ‧ 05/08/2019 por Sara Gouveia

Mundo

LGBTI

Os anúncios expostos pela marca de bebidas Coca-Cola relacionados com um popular festival de música na Hungria, e que promovem os direitos LGBTIespoletaram pedidos de boicote por parte de um membro do partido conservador no governo húngaro. Os posters que podem ser vistos em Budapeste foram erguidos como antecipação para o festival Sziget, que tem duração de uma semana e que escolheu como tema este ano a 'Love Revolution' ('Revolução do Amor').

Nos cartazes podem ver-se casais homossexuais a sorrir e com slogans como: "Zero açúcar, zero preconceito".

Isso, segundo conta a Reuters, não caiu bem junto dos apoiantes do partido Fidesz - União Cívica Húngara, do primeiro-ministro Viktor Orbán, que se opõem ao casamento entre pessoas do mesmo género, são contra imigrantes, promovem a homogeneidade étnica e procuram proteger as tradições cristãs europeias.

No domingo, o vice-porta-voz do partido nacionalista, István Boldog, apelou a um boicote aos produtos da Coca-cola durante o que classificou como sendo uma campanha "provocatória". Mas com a aceitação homossexual a tornar-se mais comum na sociedade húngara resulta pouco claro se o pedido teve representatividade.

Em resposta, a Coca-Cola reagiu referindo que o festival Sziget, que se espera atrair mais de meio milhão de pessoas, defende os princípios base da multinacional. "Acreditamos que tanto pessoas hetero como homossexuais têm o direito de amar a pessoa que querem, da forma que querem", garantiram.

Tamás Dombos, ativista do grupo Háttér, de defesa dos direitos LGBTI, atirou que apesar de o governo ser homofóbico, a aceitação da sociedade estava a aumentar.

O primeiro-ministro húngaro raramente aborda esse tipo de questões, mas numa entrevista em 2016, Orbán disse que as pessoas homossexuais "podem fazer o que quiserem, mas não podem ter casamentos reconhecidos pelo estado". "Uma maçã não pode pedir para ser chamada pêra", rematou.

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