Segundo as autoridades federais, citadas pela agência de notícias Associated Press (AP), o FBI está a investigar o "aparente suicídio" do magnata Jeffrey Epstein, que estava em prisão preventiva a aguardar julgamento por alegados abusos sexuais de menores de idade.
O prisioneiro foi encontrado na sua cela sem sinais de vida este sábado de manhã e as autoridades ainda tentaram a reanimação, tendo sido transportado para o hospital, onde foi declarado o óbito.
A acusação contra Jeffrey Epstein está zangada e irritada com o facto de o suicídio do magnata ir impossibilitar o confronto em tribunal sobre os alegados abusos sexuais a menores.
Um antigo diretor de prisão, Cameron Lindsay, que dirigiu três prisões federais, considerou que o suicídio de Epstein na cadeia representa uma "chocante falha" do sistema.
Cameron Lindsay disse que Epstein deveria estar sempre debaixo de uma constante vigilância.
A 31 de julho transato, vários órgãos de comunicação de Nova Iorque noticiavam que o julgamento de Jeffrey Epstein, 66 anos, deveria iniciar-se entre junho e setembro de 2020.
De acordo com a procuradoria do distrito sul de Manhattan, Epstein tinha criado uma rede para abusar dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Florida.
No dia 31 de julho passado, Epstein compareceu perante o juiz pela primeira vez desde que tinha sido encontrado semi-inconsciente na cela da prisão de Nova Iorque, com ferimentos no pescoço.
Nessa altura um familiar que preferiu o anonimato referiu que não estava claro se os ferimentos no pescoço eram autoinfligidos ou se eram fruto de agressões e ataques de terceiros.
O canal CNBC informou na altura que antes do incidente ocorrido da sua cela, com a suspeita de tentativa de suicídio, Epstein tinha recebido documentos legais nos quais uma adolescente de 15 anos denunciava ter sido violada pelo magnata na sua mansão.
Dias antes, o juiz tinha negado o pedido de Epstein para ser colocado em prisão domiciliária até ao início do julgamento.
O magnata já tinha enfrentou acusações similares na Florida, mas em 2008 alcançou um acordo extraoficial com a procuradoria para o fim da investigação, tendo cumprido 13 meses de prisão e alcançado um acordo económico com as vítimas.
O acordo foi supervisionado pelo então procurador de Miami, Alexander Acosta, que foi posteriormente nomeado secretário do Trabalho pelo Presidente dos EUA Donald Trump, e que foi forçado a renunciar do cargo devido às críticas emitidas na sequência da nova detenção de Epstein.