Em conferência de imprensa na cidade da Praia de antevisão a deslocação ao Brasil, onde na quarta-feira vai receber o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Ouro Preto, de Minas Gerais, Jorge Carlos Fonseca disse que a visita deveria realizar-se entre 29 de julho a 03 de agosto último, mas o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, sugeriu o adiamento da mesma.
"Só farei a visita depois das eleições. As eleições estão marcadas para outubro, não faria sentido fazer uma visita num período eleitoral ou nas vésperas das eleições", sustentou o Presidente de Cabo Verde.
O também presidente em exercício da CPLP disse que não toma partido e não se pronuncia sobre divergências no interior de forças políticas, mas apelou ao diálogo e desejou que a Renamo, principal força da oposição moçambicana, tenha uma liderança.
"Apenas formulamos votos para que esforços sejam feitos, o diálogo seja levado a cabo e que esse tipo de desavenças seja ultrapassado, e que se criem as condições para que as eleições previstas decorram com normalidade, para Moçambique continuar a trilhar caminhos de estabilidade e de progresso", declarou Jorge Carlos Fonseca.
A autoproclamada Junta Militar da Renamo, que contesta a liderança do partido, elegeu hoje Mariano Nhongo presidente do partido, à revelia da estrutura oficial da principal força da oposição moçambicana, que tem Ossufo Momade como líder.
O grupo, que se descreve como uma estrutura militar da Renamo "entrincheirada nas matas" com 11 unidades militares provinciais, considera que o acordo de paz assinado entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade é nulo, na medida em que, segundo o grupo, Momade não representa a ala militar do partido.
De acordo com o porta-voz da Junta Militar, o novo presidente do grupo vai contactar o Governo moçambicano para uma nova negociação, ameaçando com ações militares se o executivo moçambicano rejeitar renegociar com a estrutura para liderar as decisões do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.