Em comunicado citado pelos meios de comunicação social sul-africanos e pelo Fórum de Segurança Comunitário (CPS, sigla em inglês), a que a Lusa teve acesso, a polícia refere que "a situação é tensa" na província de Gauteng, envolvente em Joanesburgo e Pretória.
Em Joanesburgo e Pretória, onde há registo de edifícios destruídos, lojas pilhadas, pneus e veículos em chamas, a polícia bloqueou os acessos ao centro da cidade, refere a nota.
No leste de Joanesburgo, as autoridades anunciaram o encerramento das vias de acesso ao centro das cidades de Germiston, Primrose, Dawnview, Sunnyridge e Melvern.
Os motoristas foram também aconselhados a evitar as autoestradas R21, N12 e N1, devido a bloqueios por taxistas.
Há vários estabelecimentos comerciais pilhados e destruídos em Gauteng.
Um residente na avenida Jules Street, leste de Joanesburgo, descreveu hoje à Lusa a avenida como uma "zona de guerra".
Segundo a polícia, a violência eclodiu em Jeppestown, centro da cidade de Joanesburgo e rapidamente se alastrou a outras áreas no sul e leste da cidade, nomeadamente Jules Street, Malvern, Regents Parks, Rosentenville, Turffontein e Hillbrow, e ainda a Tembisa e Germiston.
Em Hillbrow, a polícia usou esta tarde gás lacrimogéneo para fazer dispersar as multidões que responderam com apedrejamento das forças policiais.
A polícia sul-africana disparou balas de borracha em Turffontein, quando tentava impedir a vandalização e roubo de vários estabelecimentos comerciais por dezenas de agitadores naquela área residencial no sul de Joanesburgo, onde reside uma comunidade substancial de portugueses e moçambicanos.
Em declarações à Lusa, Alice António Tembe, de 65 anos, natural da Catembe, em Moçambique, e residente há seis anos em Joanesburgo, disse que em Rosentenville "há pilhagem e a estrada está bloqueada com pneus a serem queimados".
O incidente ocorreu no final da tarde de hoje.
Em Tshwane (atual Pretória), sede da Presidência da República, a violência intensificou-se também nas últimas horas em diversas partes da capital.
O ministro da Polícia, Bheki Cele, que visitou as áreas afetadas no centro da cidade de Joanesburgo, disse que o Governo está a considerar destacar o exército para controlar a situação.
Bheki Cele disse que os incidentes de hoje em Gauteng "são pura criminalidade".