"O Presidente Muhammadu Buhari tomou conhecimento com grande preocupação de novos ataques contra cidadãos nigerianos e os seus bens na África do Sul desde 29 de agosto", indica um comunicado da presidência nigeriana, citado pela agência AFP.
O chefe de Estado nigeriano pediu também a um enviado especial para solicitar um encontro com o Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa com o objetivo de transmitir-lhe as suas inquietações e "discutir a situação", acrescenta o comunicado, esclarecendo que o enviado deverá chegar a Pretória "o mais tardar quinta-feira".
O Governo nigeriano ameaçou esta segunda-feira tomar "medidas decisivas" contra a África do Sul em resposta a esta nova vaga de violências xenófobas em Joanesburgo e Pretória.
"Os ataques continuados contra os nacionais nigerianos e os seus interesses económicos na áfrica do Sul são inaceitáveis", considerou o Governo nigeriano esta segunda-feira através da rede social Twitter. "O que é demais é demais", acrescentou.
Fotografias de lojas pilhadas e incendiadas e imagens de imigrantes espancados nas duas cidades sul-africanas inundaram hoje as redes sociais na Nigéria e muitas personalidades públicas nigerianas apelaram ao "boicote total" de empresas sul-africanas, como a DSTV ou o gigante das telecomunicações MTN, e à expulsão do embaixador sul-africano.
As fotos de uma loja da MTN vandalizada em Lagos, capital económica da Nigéria, circulam no Twitter, mas o porta-voz do grupo, Funso Aina, afirmou que as imagens tinham sido manipulados em "Photoshop".
Muhammadu Buhari é esperado na África do Sul em outubro, numa visita de Estado agendada desde há várias semanas. Nigéria e África do Sul são das duas maiores economias do continente africano.