De acordo com esta organização humanitária não governamental, seis em cada dez destas pessoas, ou seja, cerca de 13.200, eram menores quando desapareceram.
"O pior pesadelo de qualquer pai é não saber onde está o seu filho; esta é a trágica realidade para milhares de pais nigerianos, que ficam com uma angústia constante", disse o presidente do CICV, num comunicado divulgado no final de uma visita de cinco dias àquele país africano.
Os desaparecimentos têm várias causas, entre as quais está a separação das famílias quando fogem de um ataque, os sequestros e as detenções, além das que pura e simplesmente desaparecem.
"As pessoas têm o direito a conhecer o destino dos seus entes queridos, e é preciso fazer mais para evitar que, antes de mais, as famílias se separem", vincou o responsável, no final de visitas com o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, e outros membros do governo e da sociedade civil.
Este organismo humanitário, que trabalha no noroeste do país, a zona mais afetada pelos atos terroristas do Boko Haram, conseguiu resolver 367 casos de separação desde 2013.
Em 26 de julho cumpriu-se uma década desde o primeiro ataque deste grupo, a uma estação de polícia, em retaliação pela detenção de vários líderes do movimento.
Desde então, o Boko Haram já matou mais de 27 mil pessoas, segundo dados das Nações Unidas, e forçou dois milhões de pessoas a viverem desalojadas.