Síria e Iraque reabrem fronteira fechada há 5 anos após ocupação pelo EI

O Iraque e a Síria reabriram hoje uma fronteira entre os dois países encerrada há cinco anos devido à ocupação pelo grupo extremista Estado Islâmico, noticiam as agências internacionais.

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Lusa
30/09/2019 13:30 ‧ 30/09/2019 por Lusa

Mundo

Síria

Os meios de comunicação sírios transmitiram em direto a abertura da fronteira, mostrando os primeiros camiões de mercadorias a atravessar a passagem entre Abu Camal, na província de Deir Zor no este da Síria, e a cidade de Al-Qa'im, no oeste do Iraque.

A abertura da fronteira fechada em 2014 entre as cidades tem como objetivo aumentar o comércio entre os dois países e já foi adiada várias vezes nas últimas semanas.

O governador de Deir Zor, Abdelmayid al Kaukabi, salientou que esta fronteira tem como finalidade "o movimento de pessoas e rotas comerciais" e que só existe "graças ao controlo da região recuperado pelos exércitos iraquiano e sírio".

Al-Qa'im e Abu Camal estiveram sob o controlo do autoproclamado Estado Islâmico (EI) até 2017, quando as tropas sírias e iraquianas expulsaram os extremistas e retomaram o controlo das cidades, anúncio feito março deste ano na Síria.

O adjunto do governador de Deir Zor confirmou a importância da reabertura desta passagem para "a recuperação das relações naturais" entre a Síria e o Irão.

O restabelecimento desta rota é também um impulso para a influência do Irão na região, permitindo que milícias apoiadas pelo país tenham, no Iraque, um acesso mais fácil ao este da Síria numa altura em que há tensão na região entre o Governo iraniano e os Estados Unidos.

O responsável acrescentou que este é um projeto que vai unir Teerão, Bagdad e Damasco, facilitando o movimento comercial entre os três países.

O responsável pelas autoridades fronteiriças iraquianas, Kazem al Oqabi, anunciou hoje, num comunicado, que a passagem para viajantes e rotas comerciais estava oficialmente inaugurada.

Estiveram presentes no ato inaugural o ministro sírio do interior, Mohamed Rahmoun, o governador da província iraquiana de Al Anbar, Ali Farhan Hamid, e outros responsáveis pela segurança, de acordo com o comunicado.

O ministro do interior da Síria elogiou a reabertura, afirmando ser "o resultado da vitória de dois povos contra qualquer grupo terrorista armado liderado pelo EI", referindo-se ao grupo jihadista e também à oposição armada ao regime de Bashar al-Assad.

A passagem entre Abu Camal e Al-Qa'im é a única controlada pelo Governo sírio, uma vez que as outras duas estão sob o controlo dos curdos iraquianos, que gozam de uma semi-autonomia, e os curdos sírios que lutam para ser reconhecidos por Damasco.

Nos últimos meses, Abu Camal tem sido alvo de ataques de origem desconhecida contra as milícias, de acordo com organizações não-governamentais e grupos de ativistas.

Al-Qa'im localiza-se no extremo oeste da província deserta iraquiana de Anbar, que se estende até à fronteira de Bagdad e é uma zona de contrabando, com tribos que vivem dos dois lados.

Deir Zor foi o último bastião do EI na Síria e foi recuperado em março, ainda que o controlo da província se divida entre as tropas sírias e as Forças da Síria Democrática, uma aliança liderada por curdos e apoiada pelos Estados Unidos.

 

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