Apenas três semanas antes da data prevista para a saída do Reino Unido da UE, a 31 de outubro, os dois responsáveis "vão discutir o estado da situação após uma semana de negociações técnicas", adiantou o porta-voz do primeiro-ministro, Boris Johnson.
Em declarações em Bruxelas, antes de reuniões no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Barnier disse que a UE "vai manter-se calma, vigilante, respeitosa e construtiva" e confirmou que as negociações técnicas continuam.
"Um acordo é possível. É muito difícil, mas possível", acrescentou.
O governo britânico propôs na semana passada a criação de uma zona regulatória comum entre a Irlanda do Norte e a vizinha Irlanda para facilitar a circulação de bens agro-alimentares e industriais.
O plano pressupõe que a Irlanda do Norte sai da união aduaneira europeia e fica a fazer parte de uma união aduaneira britânica e que o alinhamento com as regras europeias tenha de ser aprovado pelo parlamento autónomo da província britânica.
A proposta do governo britânico pretende substituir o mecanismo de salvaguarda designado por 'backstop' e desenhado para proteger o processo de paz na Irlanda do Norte que impõe a ausência de uma fronteira física ou controlos aduaneiros na circulação de bens com a vizinha República da Irlanda, membro da UE.
A UE reconheceu "avanços positivos" na proposta britânica, mas também apontou para "pontos problemáticos", tendo Jean-Claude Juncker realçado a necessidade de "ter uma solução juridicamente operacional que responda a todos os objetivos do 'backstop'", sendo estes "impedir uma fronteira física, preservar a cooperação Norte-Sul e a economia insular, e proteger o mercado único da UE e o lugar da Irlanda nele".
Fontes do governo britânico admitiram na terça-feira que as negociações estavam perto da rutura e que um acordo é "altamente improvável" na sequência de uma conversa por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, também admitiu, numa entrevista à estação pública irlandesa RTÉ na terça-feira à noite, que continua a existir um "enorme fosso" entre as duas partes.