"Estamos numa fase parlamentar, democrática e transparente. Propus 26 candidatos, 23 foram aceitados e três não obtiveram um parecer positivo, por razões diversas. As nomeações húngara, romena e francesa mantêm-se, assim, abertas", observou a presidente eleita da Comissão Europeia, em comunicado.
A política alemã indicou que, esta tarde, após a rejeição da assembleia europeia à nomeação da francesa Sylvie Goulard como comissária do Mercado Interno, esteve reunida com os líderes das três maiores famílias políticas no PE, o Partido Popular Europeu, os Socialistas e Democratas e o Renovar a Europa, assim como com o presidente daquela instituição, David Sassoli, para "debater a situação".
"Não devemos perder de vista a questão principal: os próximos cinco anos serão decisivos para a Europa num contexto mundial difícil. A Europa terá de gerir o 'Brexit', os temas comerciais e fazer face aos conflitos na sua vizinhança imediata, mas deve também deve lidar com grandes desafios ligados às alterações climáticas, à evolução digital e aos fluxos migratórios", enumerou.
Nesse sentido, Ursula Von der Leyen considera que os seguintes passos do processo de formação da Comissão Europeia devem ser organizados "sem demora", juntamente com o PE, para que a Europa esteja rapidamente preparada para agir.
"No entanto, todas as pessoas implicadas neste processo precisarão de tempo suficiente para preparar as próximas etapas com cuidado. Esse deve ser o nosso objetivo comum", concluiu.
O Parlamento Europeu rejeitou hoje a nomeação de Sylvie Goulard como comissária europeia do Mercado Interno no futuro executivo de Ursula Von der Leyen, com uma votação inequívoca de 82 votos contra, 29 a favor e uma abstenção.
O parecer negativo dos eurodeputados das comissões parlamentares do Mercado Interno e da Indústria prende-se com a recusa de Sylvie Goulard a apresentar a demissão do cargo de comissária europeia caso seja acusada no processo dos empregos fictícios de assistentes do seu partido, o MoDem, no PE, o mesmo que a levou a demitir-se do Governo francês em junho de 2017, apenas um mês após ter assumido a pasta da Defesa.
O 'chumbo' de candidata francesa é mais um revés para Ursula Von der Leyen, que já tinha visto a comissão parlamentar de Assuntos Jurídicos vetar a nomeação do húngaro László Trócsányi (Vizinhança e Alargamento) e da romena Rovana Plumb (Transportes), por potenciais conflitos de interesse entre os seus interesses financeiros e as suas futuras funções.