A Vueling, principal companhia aérea que opera em El Prat, decidiu anular 100 dos voos previstos para hoje e adiou outros 20 para terça-feira.
A empresa já tinha adiantado, ao início da tarde, que tinha cancelado 20 voos, mas o bloqueio dos acessos ao terminal, devido à presença de milhares de manifestantes convocados pelo movimento "Tsunami Democrático", levou a companhia a anular mais 80.
A empresa admitiu que o protesto está a dificultar seriamente a circulação do aeroporto, tanto em relação às saídas como às chegadas de aviões.
Outra das companhias aéreas de destaque no El Prat, a Ibéria, cancelou dois voos da ponte aérea que ligam Barcelona a Madrid, segundo referiu.
A principal razão para os cancelamentos foi a impossibilidade de os passageiros e tripulações chegarem ao terminal 1, tendo as companhias áreas começado a anular voos preventivamente.
Para não perderem os seus voos, alguns passageiros percorreram a pé os quatro quilómetros que separam o terminal 2 do terminal 1, já que o serviço de metro entre os dois locais esteve cortado na maior parte do dia.
Apesar da situação, a Aena assegurou que, neste momento, não prevê encerrar o aeroporto, referindo que os problemas que estão a afetar o espaço aéreo "não põem em risco a operação aérea".
O Governo espanhol rejeitou que haja um "colapso" nos aeroportos e estações de caminhos-de-ferro da Catalunha embora admita que a situação no El Prat é "muito delicada".
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, as informações recolhidas até às 18:45 locais (17:45 em Lisboa) referiam terem sido cancelados 67 dos 1.066 dos comerciais programados para o dia em El Prat, o que representava 6% do total.
O executivo adiantou terem sido adotados procedimentos alternativos para transferir passageiros entre terminais e para zonas onde pudessem aceder aos transportes públicos.
O Governo assegurou ainda que os comboios AVE (Alta Velocidade Espanhola) entre Madrid e Barcelona estão a funcionar normalmente, mas referiu a suspensão de serviços em 30 ligações de comboio.
Os protestos levaram também algumas pessoas a terem de ter atendimento médico.
Segundo o Serviço de Emergências Médicas (SEM), foram atendidas, ao longo do dia, 37 pessoas, principalmente no Terminal 1 do El Prat, 17 dos quais tiveram alta pouco depois.
O Tribunal Supremo espanhol condenou hoje em Madrid os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão.
Assim que foi conhecida a sentença, uma série de grupos de independentistas iniciaram movimentos de protesto em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.
A polícia antidistúrbios carregou sobre um grupo que protestava no exterior do aeroporto de Barcelona enquanto outros grupos separatistas incendiaram pneus para impedir a circulação de comboios e alguns bloquearam a circulação rodoviária em estradas da região.