Carles Puigdemont, o antigo presidente da Generalitat, entregou-se voluntariamente às autoridades belgas, em Bruxelas, na manhã desta sexta-feira, acompanhado dos seus advogados.
O antigo líder do governo regional da Catalunha era alvo de um novo mandado de detenção europeu, emitido após as sentenças dos líderes independentistas ter sido conhecida na passada segunda-feira. Na ordem judicial, o Supremo Tribunal espanhol pedia que Puigdemont fosse detido na Bélgica e entregue a Espanha.
Num comunicado do gabinete do antigo líder catalão, citado pelo El País, dizem que "o dirigente está a seguir todos os passos oficiais que acompanham o procedimento" e "recebeu a notificação" do mandado europeu, mas "no entanto, opõe-se à sua entrega a Espanha".
Pablo Llarena, o magistrado que assinou a ordem acredita que com a sentença dos políticos catalães, os juízes belgas não ponham obstáculos à entrega de Puigdemont.
Segundo o El Mundo, o ex-presidente encontra-se desde as 9h nas dependências da polícia à espera que a justiça decida sobre o seu futuro.
Os líderes independentistas que prepararam e executaram o referendo a 1 de outubro de 2017 foram condenados a penas dos 9 aos 13 anos de prisão. O ex-vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras foi o que recebeu a pena mais alta pelo crime de sedição e de desvio de fundos públicos.
Recorde-se que Puigdemont foi uma das grandes ausências desse julgamento, após ter fugido para a Bélgica, em 2017, antes de ser constituído arguido no caso. Ainda durante a instrução do caso, a Alemanha rejeitou extraditar o ex-presidente da Generalitat, durante uma deslocação ao país.
Puigdemont faz parte de um grupo de independentistas catalães que continuam no estrangeiro e que não foram julgados porque Espanha não julga pessoas à revelia.
Milhares de manifestantes pró-independência da Catalunha têm-se concentrado esta semana em Barcelona para protestar contra a condenação dos dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha em 2017.
[Notícia atualizada às 08h]