O Tribunal Central de Instrução da Audiência Nacional ordenou, esta sexta-feira, o bloqueio das páginas na internet da iniciativa Tsunami Democràtic e abriu um processo por indicios de terrorismo, refere o El Confidencial.
No entanto, parece difícil que a ordem tenha efeito porque o movimento funciona através de várias plataformas de mensagens, redes sociais e a uma aplicação de telemóvel alojada fora da loja da Google, ativada apenas por um código QR de mão em mão.
O que é ditado na ordem da Audiência Nacional é que os provedores de serviços de internet bloqueiem os domínios de acesso à página na Catalunha. Mas isso não impede os utilizadores de aceder ao link através de um VPN ou através de um domínio europeu e não especificamente catalão.
Para já o bloqueio só se aplica à página '.cat', desde as 14h30 (13h30 em Lisboa) que aparece um aviso de que não se pode aceder ao sítio da web "por disposição das autoridades judiciais".
O movimento tem organizado vários dos protestos na cidade de Barcelona, depois de o Supremo espanhol ter, na passada segunda-feira, anunciado a condenação de nove líderes separatistas catalães. O papel que está a desempenhar nesta nova onda de protestos é tal, que o governo espanhol já se comprometeu a desvendar a identidade dos seus líderes, até agora no anonimato.
O que é certo é que os protestos se mantém e a onda continua a inundar a Catalunha. Nas redes sociais, onde surgiu e se impõe, o movimento faz publicações com frequência, algumas das quais a promover as suas páginas e aplicações e outras a anunciar a divulgação de comunicados.
Até agora o mais recente balanço dos protestos dá conta de mais de uma centena de detidos e cerca de 200 agentes da polícia feridos durante os protestos que se têm registado na Catalunha ao longo da semana.