"Estamos empenhados em cumprir o cessar-fogo e continuar a fazê-lo, mas, ao mesmo tempo, exigimos o lado americano a cumpri-lo e a pressionar o lado turco para abrir o corredor e permitir-nos retirar os feridos e civis dentro da cidade sitiada de Ras Al Ain", disse Mazlum Abdi, comandante-geral das FSD (aliança liderada por curdos).
Segundo o líder militar, as Forças da Síria Democrática (FSD) "acataram o cessar-fogo", mas avança que "o lado turco continuou o seu ataque numa violação do cessar-fogo".
"Também não permite a abertura de um corredor seguro para evacuar os feridos e civis presos na cidade de Ras Al Ain, embora tenham passado 30 horas desde o anúncio", acrescentou.
As tropas turcas começaram, no passado dia 09 de outubro, a invasão do norte da Síria sendo a cidade de Ras Al Ain um dos seus primeiros alvos .
Esta cidade fronteiriça com a Turquia marca um dos limites da chamada "zona de segurança" que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer estabelecer até Tal Abiad, e é uma das zonas mais afetadas pela ofensiva.
Mazlum Abdi observou que o vice-presidente norte-americano Mike Pence e o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, são responsáveis por "forçar a Turquia a implementar o cessar-fogo e abrir o corredor, de acordo com entendimentos com o lado dos EUA".
"Apesar da comunicação constante com o lado americano e da promessa feita por eles para resolver esse problema, não houve progresso tangível a este respeito", avançou Abdi.
De acordo com os curdos, os turcos continuaram a lançar projéteis naquela população, resultando em 14 civis mortos, de acordo com o Observatório sírio de direitos humanos.
Na quinta-feira, Washington e Ancara concordaram numa pausa de cinco dias em operações militares contra as milícias curdas-sírias, que a Turquia considera "terroristas", para permitir que eles se retirem dessa faixa de fronteira.
A Turquia negou na sexta-feira que houve combates e que era tudo "desinformação".