Curdos exigem que Estados Unidos pressionem Turquia a cumprir cessar-fogo

As Forças da Síria Democrática exigiram hoje aos Estados Unidos que pressionem a Turquia a cumprir a trégua e a abrir um corredor humanitário para retirar os civis da cidade de Ras al Ain, no norte da Síria.

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© Reuters

Lusa
19/10/2019 10:25 ‧ 19/10/2019 por Lusa

Mundo

Curdos

"Estamos empenhados em cumprir o cessar-fogo e continuar a fazê-lo, mas, ao mesmo tempo, exigimos o lado americano a cumpri-lo e a pressionar o lado turco para abrir o corredor e permitir-nos retirar os feridos e civis dentro da cidade sitiada de Ras Al Ain", disse Mazlum Abdi, comandante-geral das FSD (aliança liderada por curdos).

Segundo o líder militar, as Forças da Síria Democrática (FSD) "acataram o cessar-fogo", mas avança que "o lado turco continuou o seu ataque numa violação do cessar-fogo".

"Também não permite a abertura de um corredor seguro para evacuar os feridos e civis presos na cidade de Ras Al Ain, embora tenham passado 30 horas desde o anúncio", acrescentou.

As tropas turcas começaram, no passado dia 09 de outubro, a invasão do norte da Síria sendo a cidade de Ras Al Ain um dos seus primeiros alvos .

Esta cidade fronteiriça com a Turquia marca um dos limites da chamada "zona de segurança" que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer estabelecer até Tal Abiad, e é uma das zonas mais afetadas pela ofensiva.

Mazlum Abdi observou que o vice-presidente norte-americano Mike Pence e o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, são responsáveis por "forçar a Turquia a implementar o cessar-fogo e abrir o corredor, de acordo com entendimentos com o lado dos EUA".

"Apesar da comunicação constante com o lado americano e da promessa feita por eles para resolver esse problema, não houve progresso tangível a este respeito", avançou Abdi.

De acordo com os curdos, os turcos continuaram a lançar projéteis naquela população, resultando em 14 civis mortos, de acordo com o Observatório sírio de direitos humanos.

Na quinta-feira, Washington e Ancara concordaram numa pausa de cinco dias em operações militares contra as milícias curdas-sírias, que a Turquia considera "terroristas", para permitir que eles se retirem dessa faixa de fronteira.

A Turquia negou na sexta-feira que houve combates e que era tudo "desinformação".

 

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