"Uma unidade especializada trabalhou durante um ano" e "os serviços de informações nacional puderam [...] localizar o esconderijo" e, "graças a isso, a operação americana foi realizada", segundo um comunicado.
Um responsável dos serviços de informações iraquianos citado pela agência Associated Press explicou que a determinação da localização de al-Baghdadi foi nomeadamente possível devido a informações dadas por uma mulher, cujo marido, um iraquiano com ligações ao líder do Estado Islâmico, foi morto há alguns meses no oeste do Iraque.
A mulher foi detida pelos norte-americanos e entregue aos iraquianos e tornou-se uma fonte decisiva na localização de al-Baghdadi, segundo o responsável.
Um outro responsável citado pela mesma agência referiu também informações obtidas de um cunhado de al-Baghdadi recentemente detido pelas forças iraquianas.
Quando anunciou a morte de al-Baghdadi, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agradeceu ao Iraque e também à Rússia, à Turquia, à Síria e às milícias curdas da Síria.
Antes desse anúncio, quando a morte do líder do grupo extremista tinha apenas sido divulgada por fonte norte-americana sob condição de anonimato, o comandante das milícias curdas da Síria afirmou que ela ocorreu numa operação conjunta realizada após "cooperação no terreno e monitorização" durante cinco meses.
Mazloum Abdi afirmou tratar-se de um "bem-sucedido e histórico" trabalho de informações conjunto com os Estados Unidos.
Já as forças Democráticas Sírias (FDS) afirmaram que a operação para matar al-Baghdadi teve de ser adiada "por mais de um mês" devido à ofensiva lançada pela Turquia no norte da Síria.
"Nos últimos dias confirmámos onde ele estava e a informação foi partilhada com os Estados Unidos, especialmente com a CIA", disse um porta-voz das FDS, Kino Gabriel, à imprensa, acrescentando que a operação contou com uma "participação efetiva" dos serviços de informações desta força que combate o exército sírio com o apoio norte-americano.
Gabriel também disse que a operação resultou de um trabalho conjunto de coordenação com os serviços de informações norte-americanos durante cinco meses.
A operação militar norte-americana envolveu oito helicópteros e um avião de guerra e foi lançada na zona de Barisha, no norte da cidade de Idlib, capital da província com o mesmo nome no noroeste da Síria, a cerca de 5 quilómetros da fronteira com a Turquia.
Segundo um responsável militar da Turquia, Abu Bakr al-Baghdadi chegou ao local onde acabou por morrer "pelo menos 48 horas" antes do ataque.
O responsável disse ter havido "estreita coordenação" entre os atores relevantes na região e que a Turquia foi informada da operação militar com antecedência.
Segundo a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o ataque que levou à morte de al-Baghdadi começou cerca das 21:30 de sábado e nele morreram nove pessoas, entre os quais um menor, duas mulheres e dirigentes de "primeira linha" do Estado Islâmico.
O alvo do ataque foi uma residência comprada há poucos dias por um "dirigente 'jihadista'", proveniente de Alepo, supostamente membro do grupo Hurras al-Deen (Guardiães da Religião", um grupo dissidente do antigo ramo sírio da Al-Qaida, atualmente designado Frente de Conquista do Levante, segundo a ong.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a morte de Abu Bakr al-Baghdadi numa operação militar norte-americana no noroeste da Síria.
"Abu Bakr al-Baghdadi está morto", disse Trump numa comunicação ao país na Casa Branca.
Trump disse que o líder do grupo 'jihadista' escondeu-se num túnel durante a operação militar e detonou um colete de explosivos, o que lhe provocou a morte, bem como a três dos seus filhos.
"Morreu como um cão", disse Trump. "Morreu como um cobarde, a fugir e a chorar".
Abu Bakr al-Baghdadi era um dos homens mais procurados do planeta e tinha a cabeça a prémio por 25 milhões de dólares.