Depois de ter assistido à violenta morta da mãe e dos irmãos, no massacre de Sonora, no México, um rapaz de 13 anos caminhou durante seis horas para conseguir pedir ajuda para os sobreviventes.
Devin Blake Langford (na fotografia, com a mãe) era uma das 14 crianças e três mulheres que foram atacadas por elementos de um cartel no norte do México, na segunda-feira. O violento ataque resultou na morte das três mães e de seis crianças, havendo ainda oito menores que sobreviveram ao ataque, todas com dupla cidadania mexicana e norte-americana, revelaram as autoridades mexicanas.
A história foi contada, esta terça-feira, por uma familiar, Kendra Lee Miller, através do Facebook. Devin estava numa das três carrinhas pretas, com a mãe, Dawna, quando foram atingidos por rajadas de tiros. Dawna, de 43 anos, e os dois irmãos mais novos de Devin - Trevor, de 11 anos, e Rogan, de dois - morreram.
Devin, que ainda tinha um irmão mais velho no local, conseguiu esconder-se com outros sobreviventes entre uns arbustos, depois do ataque. Quando achou seguro, caminhou 25 quilómetros, de volta a LaMora, para pedir ajuda.
Para trás ficaram Kylie, de 14 anos, McKenzie, de nove, Cody, de oito, Jake, de seis, Xander, de quatro, e Brixon, com apenas nove meses. Algumas destas crianças estavam feridas e esperaram que Devin regressasse com ajuda. Entretanto, McKenzie também tinha saído do local, para fazer o mesmo.
Devin levou "as primeiras notícias que alguém ouviu" sobre o ataque e alguns familiares "armados" dirigiram-se ao local. "Não foram muito longe até se aperceberem que também podiam morrer, uma vez que se ouviram disparos durante horas na zona", escreveu Miller.
As crianças foram encontradas e levadas para um hospital local, antes de terem sido colocados num avião para regressarem aos Estados Unidos. McKenzie foi encontrada duas horas depois por familiares e tropas mexicanas, também com vida.
As vítimas viajavam numa caravana de três automóveis entre Galeana e Sonora, no México, perto da fronteira com os Estados Unidos, quando foram atacadas pelo grupo armado suspeito de ligações a cartéis de droga, que disparou indiscriminadamente sobre os passageiros.
As mulheres e crianças pertenciam a uma comunidade religiosa de La Mora, no norte do México, ligada a uma ramificação da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecida como igreja Mórmon). O ministro mexicano da Segurança e Proteção do Cidadão, Alfonso Durazo, admitiu a possibilidade de as vítimas terem sido confundidas com um gangue rival de cartéis de droga, devido ao tipo de carros (SUV de cor preta) em que se deslocavam.