ONU precisa de 1,22 mil milhões para ajudar migrantes e países anfitriões

A ONU lança hoje um plano que visa angariar 1,35 mil milhões de dólares (1,22 mil milhões de euros) para responder às necessidades humanitárias dos migrantes venezuelanos, mas também dos países da América Latina e Caraíbas que os acolheram.

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Lusa
13/11/2019 14:48 ‧ 13/11/2019 por Lusa

Mundo

América Latina

O plano regional será apresentado hoje pela Organização Internacional das Migrações (OIM) e pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) em Bogotá, capital da Colômbia.

No início do mês corrente, existiam cerca de 4,6 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos em todo o mundo, pessoas que saíram do país desde 2015 para procurar proteção ou melhores condições de vida.

Cerca de 80% destas pessoas estão em países da região da América Latina e Caraíbas, "sem perspetiva de um regresso a curto ou a médio prazo", frisaram as duas organizações da ONU, num comunicado conjunto.

Se o atual ritmo de partidas se mantiver, as saídas deste país sul-americano poderão atingir os 6,5 milhões até final de 2020.

Isso representaria ultrapassar as 5,6 milhões de pessoas que fugiram da Síria desde o início da guerra em 2011, segundo admitiram recentemente as Nações Unidas.

"O plano regional de resposta a refugiados e migrantes 2020 (RMRP, na sigla em inglês) a ser lançado na capital colombiana é uma ferramenta de coordenação e de captação de fundos estabelecida e implementada por 137 organizações. Estas estão a trabalhar em toda a região, com o objetivo de atingir os cerca de quatro milhões de pessoas - incluindo refugiados e migrantes venezuelanos e as comunidades anfitriãs - em 17 países", explicaram a OIM e o ACNUR.

O RMRP 2020 é, segundo as duas entidades, o resultado de um amplo processo de consultas no terreno, que envolveu os Governos dos países anfitriões, sociedade civil e organizações religiosas, comunidades e doadores locais, bem como os próprios refugiados e migrantes.

O plano inclui ações em nove áreas classificadas como fundamentais: saúde; educação; segurança alimentar; integração; proteção; nutrição; abrigos; transporte humanitário e apoio de emergência, e água, saneamento e higiene.

A par desta resposta de emergência, o RMRP 2020 coloca igualmente o foco na inclusão social e económica dos refugiados e migrantes venezuelanos.

"Só através de uma abordagem coordenada e conciliada irá ser possível responder eficazmente às necessidades de larga escala, que continuam a aumentar e a evoluir à medida que a atual crise se adensa", declarou o representante especial da OIM/ACNUR para os refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein, citado no comunicado.

O antigo vice-presidente da Guatemala, nomeado representante especial da ONU em setembro de 2018, referiu que, "apesar dos muitos esforços e outras iniciativas", a dimensão do problema "é maior do que a atual capacidade de resposta".

"Por isso, é necessário que a comunidade internacional duplique os esforços e as contribuições para ajudar os países e as organizações internacionais a responderem à crise", concluiu Stein.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.

Na terça-feira, dados avançados pela ONU indicaram que o número de pessoas subnutridas no país mais do que duplicou, passando de 2,9 milhões de pessoas no triénio 2013-2015, para 6,8 milhões no triénio 2016-2018.

 

 

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