Mais de 20.000 manifestantes reuniram-se em frente ao parlamento em Tbilisi, capital daquele país do Cáucaso, naquela que foi considerada a maior manifestação da oposição nos últimos anos, segundo jornalistas da Agência France Presse (AFP).
Os manifestantes surgiram com bandeiras da Geórgia e da Europa, além de uma faixa gigante com a frase "Todos contra Um", endereçada a Bidzina Ivanichvili, líder do partido maioritário "Sonho Georgiano".
Mediante a pressão dos manifestantes de rua em junho último, o poderoso oligarca Bidzina Ivanichvili prometeu abolir o sistema de votação misto para as eleições legislativas de outubro de 2020 e introduzir votação proporcional.
Contudo, a promessa de reforma foi rejeitada, motivando protestos dos partidos da oposição, que acusam Ivanichvili de orquestrar o fracasso do projeto de lei, alegando que o partido no poder utiliza indevidamente o atual sistema eleitoral para retirar benefícios políticos.
"Exigimos que o governo renuncie, que um governo provisório seja nomeado e que eleições parlamentares antecipadas sejam realizadas com um sistema proporcional", declarou à AFP Nika Melia, uma das líderes do principal partido de oposição na Geórgia - Movimento Nacional Unido.
"Pedimos também a libertação de prisioneiros políticos", acrescentou Melia, que chegou a estar em prisão domiciliária devido à sua participação nos protestos antigovernamentais do verão. Os manifestantes trancaram as portas do parlamento com cadeados, dizendo que nenhum parlamentar teria permissão para entrar. Em comunicado, o Ministério do Interior alertou que "tentativas de agredir ou bloquear prédios administrativos serão imediatamente impedidas".
Nas imagens transmitidas pelo canal de televisão pró-oposição Mtavari TV, muitos policias foram vistos no interior do Parlamento.
O protesto antigovernamental de hoje foi precedido por outra manifestação da oposição nesta semana.
Impulsionado pelo homem mais rico da Geórgia, o partido "Sonho Georgiano" está no poder desde 2012, mas sua popularidade caiu acentuadamente nos últimos meses, num quadro de estagnação econômica.