A possibilidade assenta no facto de o SPD ter escolhido estes dois líderes que defendem uma viragem à esquerda e o corte com a União Democrata Cristã (CDU), o partido da chanceler Angela Merkel.
Depois de obter dos piores resultados eleitorais de sempre, a antiga líder Andrea Nahles deixou o lugar livre. Com uma margem pouco expressiva, Norbert Walter-Borjans, ex-secretário das Finanças do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, e a deputada Saskia Esken venceram a eleição pela liderança do partido de centro-esquerda com 53,06% dos votos.
Os dois novos líderes querem discutir o pacote de medidas da coligação governamental, dando-lhe um cariz mais social, mas a CDU já disse não estar disposta a estabelecer novas conversações.
A chanceler Angela Merkel, através de um porta-voz, sublinhou na segunda-feira estar disponível a debater e a cooperar nesta nova fase do SPD "como é habitual numa coligação". Mas acabou por descartar uma renegociação geral.
O SPD governou ao lado da CDU e do Partido Social Cristão da Baviera (CSU) em 10 dos últimos 14 anos.
Se o SPD decidir deixar a coligação, a CDU será forçada a assumir a governação sozinha, sem maioria, ou a Alemanha terá de enfrentar novas eleições antecipadas.
Segundo os mais recentes números, o SPD não vai além dos 14%, passando a ser a quarta força mais votada do país, atrás da União Democrata Cristã (CDU), os Verdes e do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).