Ex-comandante talibã admite morte de militares e sequestro de jornalistas

Um ex-comandante talibã declarou-se culpado de ter fornecido armas e outros tipos de apoio para ataques que mataram militares americanos e pelo seu papel no sequestro à mão armada, em 2008, de dois jornalistas.

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Lusa
26/04/2025 21:08 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Falando através de um intérprete, Haji Najibullah declarou-se culpado no tribunal federal de Manhattan, na sexta-feira, por ter fornecido apoio material para atos de terrorismo e ter participado na organização de operações para fazer reféns.

 

"Como resultado do apoio material que dei aos Talibãs, militares americanos foram mortos", reconheceu Najibullah.

O réu revelou que o seu apoio também incluía o papel como comandante talibã na província afegã de Wardak, onde combatentes sob seu comando "estavam preparados para realizar ataques contra militares americanos e seus aliados usando homens-bomba, armas automáticas, dispositivos explosivos improvisados e granadas enviadas por foguetes".

Najibullah, de 49 anos, disse que também participou da tomada de reféns, como o jornalista David Rohde "e seus companheiros" para que pudessem ser feitas exigências de resgate e de libertação de prisioneiros talibãs mantidos pelo governo dos EUA.

O ex-repórter do New York Times e o jornalista afegão Tahir Ludin foram sequestrados quando estavam a caminho de uma entrevista com um líder dos Talibã.

Os dois homens conseguiram escapar de forma dramática de um complexo controlado pelos Talibã nas áreas tribais do Paquistão, mais de sete meses após o sequestro, a 10 de novembro de 2008. O seu motorista, Asadullah Mangal, foi uma terceira vítima de sequestro, tendo escapado algumas semanas depois de Ludin e Rohde.

Rohde, vencedor do Prémio Pulitzer e que agora trabalha como editor executivo sénior de segurança nacional na NBC News, participou no processo: "Estou satisfeito por ele ter admitido a sua culpa hoje e grato a todas as autoridades dos EUA que o levaram à justiça", escreveu num e-mail à agência de notícias The Associated Press após a sentença.

"Acima de tudo, o meu coração está com as famílias dos três militares americanos e do tradutor afegão que foram mortos", acrescentou.

Após a confissão, Najibullah foi conduzido da sala de audiências, algemado por agentes federais dos EUA, devendo ser sentenciado em 23 de outubro.

As diretrizes da sentença federal, conforme reconhecido num acordo de confissão assinado por Najibullah e pelos promotores do Ministério Público, apontam para uma sentença de prisão perpétua.

A porta-voz do New York Times Danielle Rhoades Ha expressou gratidão às autoridades norte-americanas por perseguirem Najibullah e realçou os perigos que os jornalistas enfrentam em todo o mundo.

"Mais de 120 jornalistas foram mortos em 2024, o maior número já registado", afirmou. E defendeu: "Os jornalistas vão a lugares perigosos para descobrir os factos de que os cidadãos precisam. Os governos podem e devem proteger os jornalistas, investigando todos os ataques contra repórteres e condenando publicamente as ameaças."

Leia Também: Moscovo autoriza talibãs a nomear embaixador na Rússia

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