Professores, advogados, magistrados, médicos e profissionais da saúde e outros funcionários públicos, além de trabalhadores de todos os transportes, estão convocados para uma greve geral que os sindicatos pretendem que seja "decisiva" e uma grande manifestação durante o dia.
A proposta de reforma do sistema de pensões em França tem causado muita contestação, contabilizando-se hoje o 13º dia de greve no setor dos transportes que ameaça durar até ao final do ano, sem pausas nem tréguas para as viagens de Natal e passagem de ano.
Várias universidades já anunciaram que vão adiar os exames de final de ano.
Sem sinais de aproximação entre Governo e sindicatos, o executivo sofreu na segunda-feira uma "derrota" com a demissão do alto-comissário francês que idealizou a reforma, Jean-Paul Delevoye, na sequência de acusações de conflito de interesses por ter omitido outras funções que acumulava.
A reforma, apresentada em julho e com mais detalhes na semana passada, visa criar um sistema universal de pensões para substituir os atuais 42, vários representando regimes especiais e que permitem, por exemplo, deixar de trabalhar mais cedo.
Estes regimes incluem os trabalhadores dos setores dos transportes como a SNCF, empresa ferroviária, ou a RATP, empresa de transportes da região de Paris, mas não só, o que levou muitos outros setores a juntaram-se aos protestos.
Ao contrário do que acontecia até agora, em que no setor público o cálculo da pensão é feito com base no salário recebido nos últimos seis meses de funções para os trabalhadores do público e na média dos melhores 25 anos de salário para os do privado, entrará em vigor um sistema de pontos - cada ponto corresponde a 10 euros descontados com pontos adicionais a serem recebidos pelo nascimento de cada filho ou em caso de um período de desemprego.
Este novo sistema também poderá levar, progressivamente, a um aumento da idade da reforma que é atualmente de 62 anos, sendo possível a quem acumulou descontos durante 41 anos e nove meses, sair aos 60 anos com a pensão completa.
Entre outras medidas, a reforma do sistema prevê também que pensão mínima de 1000 euros só será garantida a quem deixar de trabalhar aos 64 anos, havendo incentivos com majoração de pontos para quem se reformar ainda mais tarde.