Cerca de mil milhões de animais morreram nos incêndios da Austrália e mesmo aqueles que foram salvos das chamas poderão morrer nas próximas semanas. A estimativa foi feita pela organização de conservação da natureza WWF australiana que refere que, à medida que as chamas continuam a dizimar grandes áreas do país, os mamíferos, aves, répteis, morcegos, sapos e insetos são todos vítimas e aqueles que sobreviveram ao inferno de chamas podem ainda estar condenados.
"Os animais que consigam sobreviver aos fogos vão continuar a morrer nas próximas semanas e meses devido à desidratação, fome, doenças e tornar-se-ão presas mais fáceis para felinos selvagens e raposas", explicou Stuart Blanch da associação à Sky News.
"Quase toda a vida selvagem australiana está adaptada para lidar com incêndios florestais normais - mas isto não é normal, é um incêndio florestal motivado por uma emergência climática e muita da nossa vida selvagem simplesmente nao consegue fugir dos fogos - são muito rápidos, muito grandes e muito quentes", refere ainda.
Stuart dá ainda conta que "mesmo que os animais não estejam a ser queimados vivos estão a ser 'cozinhados' devido às temperaturas extremas ou ficam muito confusos e perdidos devido ao fumo, por isso não têm hipótese nestes mega-fogos massivos que têm chamas de 60 metros de altura".
A última estimativa feita previa a morte de quase 500 milhões de animais desde setembro. Os ecologistas da Universidade de Sydney fizeram a estimativa de perdas mas já com a ressalva de que o número era temporário e poderia aumentar.
Milhares de bombeiros continuam a combater para conter as chamas e muitas continuar a arder fora de controlo, ameaçando dizimar cidades rurais inteiras e provocando danos de propriedade e vida selvagem quase incalculáveis. Os ventos fortes e temperaturas altas em New South Wales, Victoria e no sul australiano, no sábado, forçaram milhares a fugir.
Recorde-se que o número de mortos nos incêndios aumentou, nas últimas 24 horas, depois de um homem de 47 anos ter morrido a tentar defender a casa de um amigo. Desde setembro um total de 24 pessoas morreram e quase 2 mil casas foram destruídas à medida que os incêndios queimaram mais de cinco milhões de hectares de terra.