De acordo com o comunicado emitido hoje pelo Pentágono, citado pela agência France-Presse, "mais de uma dúzia de mísseis" atingiram duas bases iraquianas utilizadas pelo exército dos Estados Unidos da América e o Departamento de Defesa já anunciou que está a fazer uma "avaliação preliminar dos danos" causados pelo ataque.
"O Irão disparou mais de uma dúzia de mísseis balísticos contra as forças militares dos Estados Unidos da América e da coligação em Ain Assad e Arbil", afirmou em comunicado um porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano, Jonathan Hoffman, acrescentando que "está claro que os mísseis foram disparados" a partir de território iraniano.
A televisão estatal do Irão anunciou esta quarta-feira que dezenas de mísseis iranianos foram lançados contra a base aérea iraquiana de Ain Assad, que alberga tropas norte-americanas.
A estação descreveu esta ação, com mísseis terra-terra e desencadeada na madrugada de quarta-feira, como uma operação de vingança na sequência do ataque de que resultou a morte do general iraniano Qassem Soleimani.
As forças militares dos Estados Unidos não comentaram no imediato esta informação.
O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, capital do Iraque, ordenado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
Na noite de hoje, a Casa Branca referiu que Donald Trump foi informado dos ataques contra instalações norte-americanas no Iraque e segue a situação "de perto".
Na sequência do ataque, os Guardas da Revolução iraniana avisaram os Estados Unidos da América e aliados regionais contra qualquer retaliação, através de uma declaração divulgada pela agência oficial iraniana IRNA.
"Advertimos todos os aliados dos americanos, que disponibilizaram as suas bases a este exército terrorista, que será atacado qualquer território que constitua um ponto de partida de atos agressivos contra o Irão", referiram os Guardas da Revolução. Israel também foi ameaçado.
A base aérea de Ain Assad está situada na zona ocidental da província de Anbar.
Foi a primeira base utilizada pelos forças militares norte-americanas após a invasão do Iraque em 2003 destinada a derrubar Saddam Hussein.
As forças dos EUA permaneceram estacionadas no local quando foi desencadeado o combate no Iraque e na Síria contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).
A televisão estatal iraniana referiu que esta operação militar foi designada 'Mártir Soleimani'. Indicou ainda que a divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, que controla o programa de mísseis iranianos, desencadeou o ataque. O Irão referiu que vai disponibilizar posteriormente mais informações.
[Notícia atualizada pela agência Lusa às 01h18, para remover referência ao planeamento de uma resposta por parte da defesa norte-americana]