"O povo americano deve estar feliz, nenhum americano foi ferido"
O presidente dos Estados Unidos dirigiu-se à nação na sequência dos ataques de mísseis balísticos lançados pelo Irão contra bases militares que albergam soldados norte-americanos no Iraque.
© Reuters
Mundo EUA/Irão
Donald Trump falou à nação pela primeira vez depois da resposta de Teerão, durante a madrugada de quarta-feira, à morte do general iraniano Qassem Soleimani, na passada sexta-feira, em Bagdad. O presidente norte-americano já tinha reagido através das redes sociais escrevendo que "está tudo bem", mas ainda não tinha feito uma declaração pública.
Durante o seu discurso, e embora tenha surgido ladeado pelas altas patentes militares e pelo vice-presidente, Donald Trump não enveredou por qualquer resposta militar, falando apenas na imposição de novas sanções.
O líder republicano começou, porém, por dizer que não havia qualquer vítima mortal ou ferido em resultado do ataque, contrariando as alegações da televisão iraniana.
Acompanhe abaixo as principais declarações, feitas a partir da Casa Branca:
"Enquanto eu for presidente dos EUA o Irão nunca irá ter armas nucleares", começou por dizer Donald Trump.
"Tenho o prazer de informar que o povo americano deve estar extremamente agradecido e feliz. Nenhum americano foi ferido pelo regime iraniano, no ataque de ontem à noite. Não sofremos baixas. Todos os nossos soldados estão seguros e há apenas danos residuais nas nossas bases".
"O Irão parece estar a recuar, o que é bom para todas as partes envolvidas e muito bom para o Mundo".
O presidente explicou que Qassem Soleimani "treinou exércitos terroristas, incluindo o Hezbollah, lançou ataques terroristas contra alvos civis. (...) Assassinou e feriou violentamente milhares de tropas americanas, incluindo com a colocação de bombas que desmembram as vítimas".
"Recentemente, ele estava a planear novos ataques contra alvos americanos, mas nós parámo-lo".
"Enquanto continuamos a avaliar opções de resposta à agressão iraniana, os Estados Unidos vão impôr imediatamente novas e severas sanções económicas ao regime iraniano". "Estas poderosas sanções vão permanecer até o Irão mudar de comportamento", disse, acrescentando que "nos últimos meses, o Irão apreendeu navios em águas internacionais, lançou um ataque não provocado sobre a Arábia Saudita e abateu dois drones americanos".
"As we continue to evaluate options in response to Iranian aggression, the United States will immediately impose additional punishing economic sanctions on the Iranian regime," President Trump announces in his address to the nation https://t.co/ylNrI7ddyl pic.twitter.com/G9U36IvLOI
— CNN Politics (@CNNPolitics) January 8, 2020
"Somos agora o produtor número 1 de petróleo e gás natural em qualquer parte do mundo. Somos independentes e não precisamos do petróleo do Médio Oriente".
"Finalmente, para as pessoas e para os líderes do Irão: queremos que tenham um futuro e um grande futuro, um que vocês mereçam. Um futuro de prosperidade interna e de harmonia com todas as nações do mundo".
"Os Estados Unidos estão preparados para chegar à paz com quem a procurar".
Finally, to the people and leaders of Iran, we want you to have a future, and a great future. One that you deserve.One of prosperity at home, and harmony with the nations of the world. The United States is ready to embrace peace with all who seek it.- @realDonaldTrump pic.twitter.com/Hij6guMUbd
— Washington Examiner (@dcexaminer) January 8, 2020
Sublinhe-se que, na madrugada desta quarta-feira, o Irão levou a cabo ataques de mísseis balísticos às bases militares iraquianas de Ain al Asad e Erbil, que albergam soldados norte-americanos. Esta foi a primeira resposta de Teerão à morte do general Qassem Soleimani, abatido numa operação norte-americana na passada sexta-feira, perto do aeroporto de Bagdad.
A Guarda Revolucionária iraniana, que reivindicou a autoria do ataque, ameaçou esta quarta-feira, de acordo com a CNN, que se houver resposta irá atacar “no interior dos EUA”, “Israel” e “aliados dos EUA”.
Os Estados Unidos não confirmaram a existência de vítimas mortais, embora a televisão iraniana tenha alegado que a operação - a que chamaram 'Mártir Soleimani' - matou "pelo menos 80 militares norte-americanos".
[Notícia atualizada às 16h53]
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