Irão não quer "escalada" nem "guerra" mas irá defender-se

O representante iraniano na ONU enviou na quarta-feira uma carta à organização internacional onde assegura que o seu Governo "não procura uma escalada [do conflito] ou uma guerra", mas que se defenderá perante "qualquer agressão".

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Lusa
09/01/2020 07:43 ‧ 09/01/2020 por Lusa

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"Na qualidade de membro responsável da ONU, a República Islâmica do Irão está comprometida com os desígnios e princípios da Carta das Nações Unidas, recorda a sua dedicação à manutenção da paz e segurança internacionais, e enfatiza que não procura uma escalada ou uma guerra", referiu o embaixador permanente do Irão nas Nações Unidas, Majid Takht Ravanchi.

Na missiva, dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Conselho de Segurança, Dang Dinh Quy, o diplomata considera "moderado e proporcionado" o ataque iraniano com mísseis na madrugada de quarta-feira contra bases militares no Iraque onde estão estacionadas tropas norte-americanas.

Nesse sentido, descreve esta ação como uma represália ao "ataque terrorista" de sexta-feira que matou o general Qasem Soleimani, que dirigia as forças Al-Quds da Guarda Revolucionária iraniana.

Teerão exerceu o seu "direito inerente à autodefesa" de acordo com a Carta das Nações Unidas, e as suas Forças Armadas executaram "uma resposta militar moderada e proporcionada sobre a base aérea no Iraque de onde foi lançado o cobarde ataque armado contra o mártir Soleimani", especificou.

"A operação foi precisa e estava focada em objetivos militares, não provocando danos colaterais civis nem sobre as estruturas civis da área", acrescentou o diplomata.

O embaixador "adverte seriamente sobre qualquer outra aventura militar" contra a República Islâmica e declara que o Irão "está decidido a prosseguir, vigorosamente e segundo as leias internacionais aplicáveis, na defesa da sua população, da sua soberania e da sua integridade territorial contra qualquer agressão".

Por sua vez, aproveita para reiterar o "total respeito" do Irão pela "independência, soberania, unidade e integridade territorial da República do Iraque".

Na sequência do ataque iraniano de quarta-feira, as atenções estavam dirigidas para o Presidente dos EUA, Donald Trump, que no sábado advertiu que reagiria a uma eventual retaliação do Irão contra "qualquer norte-americano ou estrutura norte-americana", atacando "muito rapidamente e fortemente" 52 locais iranianos.

No entanto, após o lançamento dos mísseis contra as bases, Trump indicou que "o Irão parece estar a retirar, o que é bom para todas as partes interessadas e algo de muito bom para o mundo".

No entanto, anunciou novas sanções económicas contra o Irão e exortou as outras potências a retirarem-se do acordo nuclear de 2015, para renegociar outro pacto.

As Nações Unidas responderam na quarta-feira às declarações de Trump ao sublinharem que "é bem-vinda qualquer indicação de que os líderes estão a evitar uma maior confrontação".

 

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