"Como os bloqueios já persistem há nove dias, retorna a o risco de dos alimentos acabarem" no enclave, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Kathrin Deschauer, pedindo a Israel que "suspenda imediatamente as restrições à entrega de todas as formas de ajuda humanitária a Gaza".
A Alemanha está também "extremamente preocupada com o corte efetivo do fornecimento de eletricidade, que é necessário principalmente para o funcionamento da central de dessalinização", afirmou Kathrin Deschauer, numa conferência de imprensa.
"Conceder ou negar o acesso humanitário não é um meio legítimo de pressão", acrescentou.
Israel anunciou no domingo que estava a interromper o fornecimento de eletricidade a Gaza, que acontece antes das novas negociações planeadas para acontecerem no Qatar sobre os termos da continuidade do cessar-fogo com o grupo islamita palestiniano Hamas, que entrou em vigor em 19 de janeiro.
O Hamas denunciou que se trata de uma "chantagem inaceitável", condenando "firmemente a decisão [de Israel] de cortar a eletricidade a Gaza, depois de a privar de alimentos, medicamentos e água".
A única linha de energia entre Israel e Gaza abastece a principal central de dessalinização de água do território, que serve mais de 600 mil pessoas.
Os residentes de Gaza dependem principalmente de painéis solares e geradores movidos a gasolina para obter eletricidade.
Israel iniciou uma operação militar contra a Faixa de Gaza após o Hamas ter invadido o sul do território israelita em 07 de outubro de 2023, quando mais de 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 250 foram sequestradas pelo grupo islamita.
A incursão militar em Gaza já provocou a morte de mais de 48 mil pessoas, a maioria civil, de acordo com as autoridades de saúde do Hamas.
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