"O Governo russo vai garantir a adoção de reformas legislativas para permitir que todos aqueles que contribuem para os combates sejam considerados veteranos de guerra", disse o Presidente num comunicado divulgado pelo Kremlin (Presidência russa), no qual acrescentou que estas medidas devem ser criadas antes de 30 de março.
Putin lembrou que, "para a pátria, não é importante a forma como os soldados chegam à frente de batalha", mas que lá tenham chegado e que "participem de forma voluntária na luta pelo seu país".
Segundo o Presidente russo, o mesmo se aplica ao estatuto de veterano de guerra.
"Vamos fazer isto. Não vejo problema nenhum", sublinhou.
Putin salientou ainda a importância de não incluir nas fileiras do exército russo pessoas "condenadas por cometerem violência sexual ou pedofilia", referindo que "esses não estão em zonas de combate".
No entanto, "aqueles que cometeram outros crimes e foram transferidos para a linha da frente desfrutarão do mesmo estatuto", assegurou, adiantando ainda que "os que participarem na operação militar especial" na Ucrânia por um período de pelo menos seis meses "podem ficar isentos" do serviço militar obrigatório.
Segundo o 'think tank' Centro de Análise Política Europeu (CEPA), sedeado em Washington, Moscovo enfrenta uma crise nas forças armadas devido à morte e incapacidade de centenas de milhares de soldados russos na guerra na Ucrânia, à tensão no orçamento de defesa e escassez de equipamentos militares.
De acordo com a análise, a Rússia perdeu, até outubro do ano passado, cerca de 700 mil soldados por morte, ferimentos ou desaparecimento em ação.
Novos recrutamentos não conseguiram ainda cobrir as perdas, tendo a Rússia forçado o recrutamento de homens já na reserva e decidido "importar" tropas da Coreia do Norte, além de alargar o conceito de condenados e pessoas sob investigação criminal que podem lutar pelo país.
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