A decisão de Israel "é muito preocupante" e "sem eletricidade e com o combustível bloqueado, as últimas instalações de dessalinização de água, as unidades de saúde e as padarias de Gaza correm o risco de fechar, com graves consequências para os civis", afirmou um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos à agência France-Presse.
No email enviado, o porta-voz, Seif Magango, sublinhou a obrigação legal de Israel de responder às necessidades dos habitantes dos territórios sob o seu controlo.
Bloquear o acesso à ajuda "para pressionar uma das partes de um conflito armado, impondo dificuldades a toda a população civil, levanta sérias preocupações sobre a noção de punição coletiva", escreve Magango.
No domingo, Israel cortou o fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza, para aumentar a pressão sobre os islamitas palestinianos do Hamas, e desligou a única linha elétrica que abastecia uma fábrica de dessalinização de água.
Há mais de uma semana que as autoridades impedem a entrada de qualquer ajuda humanitária no território palestiniano, onde mais de duas milhões de pessoas vivem em condições muito precárias.
Uma delegação israelita é esperada hoje em Doha para negociações indiretas sobre a continuação do frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza com o Hamas.
O acordo de tréguas, que entrou em vigor em 20 de janeiro, prevê três fases no âmbito do conflito com origem no ataque dos islamitas palestinianos a 07 de outubro de 2023, que provocou, segundo Telavive, 1.200 pessoas e feitos cerca 250 reféns.
O exército israelita respondeu com uma ofensiva em Gaza que se prolongou por mais de 15 meses e causou mais de 48 mil mortos, segundo as autoridades palestinianas.
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