Um ativista dos direitos dos homossexuais no Uganda afirma que as críticas ao imã local, que não sabia que tinha casado com um homem, mostram a intolerância nesse país da África oriental.
O imã, que disse que não sabia que o seu parceiro era um homem, foi suspenso das suas funções clericais e o seu companheiro acusado de cometer uma ofensa "não natural".
Nas redes sociais, muitos ugandeses têm zombado do imã, classificando-o como um suposto homossexual que não está a ser sincero.
Frank Mugisha, que dirige o grupo Minorias Sexuais no Uganda, disse que o caso demonstrou como "o país é homofóbico".
"O imã pode estar certo quando diz que não sabia", afirmou. "Os ugandeses deveriam respeitar a privacidade das pessoas. Eles não são necessariamente homossexuais".
Mugisha acrescentou que não ficou claro se o parceiro do imã é transgénero, razão pela qual o grupo decidiu não tomar uma posição sobre o caso.
Não foi possível falar com o imã ou o seu parceiro, que foi detido dias após a cerimónia por alegadamente ter roubado uma televisão no distrito central ugandês do Kayunga, onde o casamento decorreu.
O casmento homossexual é criminalizado no Uganda, onde nos últimos anos se registaram esforços para agravar as penalizações contra os gays, incluindo a morte por enforcamento.
Uma severa lei anti-gay promulgada em 2014 foi mais tarde chumada por um painel de juízes devido a pressões internacionais e ameaças de cortes nas ajudas.