Após manifestações em massa na semana passada contra os recentes ataques dos Estados Unidos e do Irão no seu território, milhares de iraquianos voltaram às ruas para insistir na formação de um executivo independente que convoque eleições antecipadas.
"Não voltaremos às nossas casas nem abandonaremos as praças até que respondam aos nossos pedidos", disse Abdelamir Saleh, 26 anos, à agência noticiosa espanhola EFE.
Manifestando-se na praça Tahir em Bagdad, epicentro dos protestos no país desde 1 de outubro, Saleh adiantou que uma das reivindicações é que as eleições sejam vigiadas pelas Nações Unidas e outros organismos internacionais.
Para a próxima semana, o destacado clérigo Moqtada al-Sadr convocou manifestações "de um milhão" para rejeitar a presença de tropas estrangeiras no país.
Depois do mais importante general iraniano, Qassem Soleimani, ter sido morto pelo Estados Unidos junto ao aeroporto de Bagdad no passado dia 3, o parlamento iraniano aprovou uma moção pedindo ao governo a saída das tropas estrangeiras, por considerar o ataque uma "violação da soberania" do Iraque.
Cinco dias depois do ataque a Soleimani, que matou também o "número dois" das iraquianas Forças de Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), Abu Mahdi al-Muhandis, o Irão retaliou disparando mísseis contra bases iraquianas com soldados norte-americanos.
A revolta inédita dos iraquianos nos últimos meses, durante reprimida, já causou mais de 490 mortos e 25.000 feridos.