Gafanhotos na Etiópia, Quénia e Somália ameaçam segurança alimentar

Os enxames de gafanhotos na Etiópia, Quénia e Somália, sem precedentes em dimensão e potencial destrutivo, ameaçam a segurança alimentar e podem espalhar-se a mais países na região, alertou hoje a FAO.

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Lusa
20/01/2020 15:27 ‧ 20/01/2020 por Lusa

Mundo

Gafanhoto

"A situação atingiu proporções internacionais que ameaçam a segurança alimentar de toda a sub-região. A FAO está a ativar mecanismos que permitirão avançar rapidamente para apoiar os governos na criação de uma campanha para lidar com esta crise", disse o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu.

E acrescentou: "As autoridades locais já começaram a aplicar medidas de controlo, mas em virtude da urgência da ameaça é preciso um apoio financeiro adicional da comunidade internacional de doadores para que tenham acesso às ferramentas e recursos necessários para a tarefa".

"A FAO está pronta para recorrer à sua experiência e facilitar uma resposta regional coordenada", prosseguiu Qu Dongyu.

O recente clima na África oriental criou condições para uma rápida e favorável reprodução de gafanhotos. Se não for controlado, o número de insetos devoradores de culturas poderá crescer 500 vezes até junho.

Os enxames, compostos por centenas de milhões de gafanhotos, podem percorrer 150 quilómetros por dia, devastando a subsistência rural para alcançarem os seus objetivos de se alimentarem e reproduzirem.

Um gafanhoto devora diariamente o seu próprio peso em comida: dois gramas.

Os enxames continuam a atingir o Quénia a partir da Etiópia e Somália e estão rapidamente a atingir o centro do país.

Na Etiópia, os insetos estão constantemente a deslocar-se para o sul, em direção ao Vale do Rift, o celeiro de pão do país.

A Etiópia e a Somália não assistem a enxames de gafanhotos do deserto desta dimensão há 25 anos, enquanto que o Quénia não enfrenta uma ameaça de gafanhotos desta magnitude há 70 anos.

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