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Explosão em petroquímica causada por "pressão" sobre trabalhadores?
Imprensa espanhola cita testemunhas próximas da empresa Industrias Químicas del Óxido de Etileno (IQOXE), cuja petroquímica explodiu este mês, causando a morte a três pessoas.
© Reuters
Mundo Tarragona
A explosão de um reator na empresa Industrias Químicas del Óxido de Etileno (IQOXE), situada no município de Tarragona, em Espanha, que causou a morte a três pessoas, poderá ter sido causada por causa de "pressão" e "falta de pessoal qualificado", de acordo com fontes ouvidas pelo jornal El Mundo.
A empresa, propriedade do grupo industrial Cristian Lay, sediado na Extremadura espanhola, já descartou a hipótese de se tratar de erro humano, uma vez que o sistema de controlo do reator "está automatizado e os trabalhadores apenas o supervisionam", e garantiu que não estava a operar acima do limite da sua capacidade (2.500 toneladas por ano).
Os testemunhos ouvidos pelo periódico espanhol, porém, apontam numa direção inversa: pressão sobre a produção e menos pessoal, que é menos qualificado e tem menos experiência.
Segundo as mesmas fontes, existiam ordens expressas para reduzir os custos e aumentar a produção. Quem supervisionava esse trabalho era o falecido chefe de produção, Óscar Saladié, que respondia a Juan Manuel Rodríguez Prats, responsável máximo do complexo petroquímico. De acordo com os relatos, Saladié não tinha as qualificações necessárias para coordenar um plano de ação do ponto de vista da segurança. "Não tinha ideia do que tinha à sua responsabilidade", alegam.
Aqueles que lhe eram mais próximos dizem, ainda, que este sofria de uma pressão brutal e que se notava que andava stressado porque "não estava tranquilo com o que via". O protocolo de operação "era claramente precário, sem técnicos suficientes para controlar os painéis dos reatores e, ao mesmo tempo, fazer o trabalho na fábrica."
Recorde-se que no passado dia 14 de janeiro, uma forte explosão originou um incêndio de grandes dimensões na zona industrial da petroquímica de Tarragona, tendo sido acionado o alerta de emergência química. A explosão foi percetível em todas as povoações dos arredores do complexo petroquímico e fez estremecer as janelas de alguns edifícios.
O incidente resultou em três mortos, um ferido que está ainda em estado grave, e outras cinco pessoas sofreram ferimentos ligeiros e três tiveram alta hospitalar no mesmo dia.
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