Perante o Congresso dos EUA, na terça-feira (madrugada de quarta-feira em Portugal), Trump referiu-se ao Presidente eleito da Venezuela, Nicolas Maduro, como um "líder ilegítimo, um tirano que trata brutalmente o povo", prometendo "esmagar e quebrar" o seu regime.
Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, reagiu às palavras do Presidente norte-americano, rejeitando os seus propósitos e criticando o tom do seu discurso.
"A República Bolivariana rejeita energicamente e denuncia perante a comunidade internacional as opiniões de interferência feitas por Donald Trump (...) num esforço agonizante para reviver a estratégia de mudanças de governos pela força", disse Jorge Arreaza, num comunicado em nome do seu executivo.
O chefe da diplomacia venezuelana acrescentou que Trump "ofende e desrespeita o povo da Venezuela, fazendo ameaças contra o Governo constitucional, legítimo e democrático do Presidente Nicolas Maduro", descrevendo como "delirante e arrogante" o discurso do Presidente norte-americano.
Trump convidou para a cerimónia no Congresso o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apresentando-o como um "herói", que luta contra a "tirania" do regime de Maduro e pedindo-lhe para levar a mensagem de que "todos os americanos estão unidos ao povo venezuelano na sua justa luta pela liberdade", num dos momentos mais aplaudidos da cerimónia do discurso sobre o Estado da União.
Hoje, em resposta a esse momento, o Governo venezuelano disse que Trump conta "com a vergonhosa cumplicidade de quem se dedica a vender a pátria a troco das humilhantes migalhas que lhes atira o seu chefe, o senhor Trump, dependendo do seu estado de alma", numa referência implícita a Juan Guaidó, mas sem mencionar o seu nome.
Donald Trump recebeu hoje Juan Guaidó na Casa Branca, num encontro à porta fechada.
"A visita será uma oportunidade para reafirmar o compromisso dos Estados Unidos ao lado do povo venezuelano e discutir com o Presidente Guaidó formas de promover uma transição democrática na Venezuela", segundo um comunicado do Governo dos EUA.
Donald Trump foi o primeiro líder estrangeiro a reconhecer a legitimidade de Juan Guaidó, após este se ter autoproclamado Presidente interino da Venezuela, em janeiro de 2019, tendo desde então aplicado pesadas sanções económicas ao regime de Maduro.