O jornalista Chen Qiushi, que expôs a gravidade do novo coronavírus em Wuhan, na China, está desaparecido desde quinta-feira.
De acordo com a CNN, a família do chinês, que também trabalha como advogado de direitos humanos, não tem notícias sobre ele desde o final da tarde de quinta-feira e está preocupada com o desaparecimento, principalmente, depois de saber da morte do médico que alertou as autoridades chinesas sobre a proporção do vírus.
“Estamos preocupados com a sua segurança física. Ele até pode ter sido infetado pelo vírus. Não sabemos nada”, disse um amigo, em pânico, à CNN.
Chen Qiushi é conhecido na China por denunciar questões sociais. De dezembro até agora, o jornalista tem se concentrado em expor a forma como o país asiático está a lidar com o coronavírus e a mostrar a tragédia, que muitos alegam ser maior do que as autoridades chinesas dizem ser.
Entre as muitas reportagens, há uma em que aparece uma mulher a gritar pela família, ao lado de um familiar morto, sentado numa cadeira de rodas.
Recorde-se que, há dias, Fan Bin, um colega de Chen que também está a fazer a cobertura do surto 2019-nCoV, foi detido pelas autoridades por ter divulgado um vídeo com cadáveres, num hospital chinês.
As publicações dos dois jornalistas tornaram-se virais nas redes sociais, de tal forma que o órgão de vigilância da Internet da China intensificou os esforços de policiamento.
As maiores plataformas de comunicação social da China estão assim sobre “supervisão direccionada” e até já foram bloqueadas algumas contas nas redes sociais, na tentativa de acalmar a onda de indignação causada pela morte do médico que denunciou, pela primeira vez, o vírus.