Covid-19. Médicos sem tempo para ir à casa de banho têm de usar fraldas
Para além disso, médicos que estão na linha da frente de combate ao vírus falam do desconforto em usar os fatos de proteção.
© Reuters
Mundo Covid-19
Numa altura em que a China enfrenta o surto Covid-19, a equipa clínica que está na linha da frente de combate à doença tem de recorrer a medidas extremas, já que o tempo para necessidades básicas como ir à casa de banho ou comer é escasso.
Um dos médicos que tem estado no epicentro do combate à patologia revelou à imprensa chinesa que os profissionais da área da saúde têm usado fraldas de adulto para evitarem ir à casa de banho.
"Quando os médicos e enfermeiros estão na enfermaria", vestidos com fatos especiais para se protegerem do meio ambiente, "não podem comer, beber ou ir à casa de banho", indicou Han Ding, vice-diretor do Hospital da Faculdade de Medicina da União de Pequim.
Caso estes profissionais sintam vontade de urinar, "usam a fralda e depois tomam banho no final do turno", acrescentou.
Han Ding é apenas um dos médicos que foi levado para Wuhan para apoiar a luta do país contra o surto. Outro desses médicos, Ma Xin, vice-reitor do Hospital Huashan em Xangai, acrescentou ainda que os fatos utilizados são "extremamente desconfortáveis". "Às vezes queremos coçar-nos, mas não o podemos fazer. Temos de suportar".
Ma Xin acrescentou inclusive que os "médicos e enfermeiros têm sinais de irritação e até marcas de sangue na ponta do nariz. Essas são as condições de trabalho".
Há profissionais a fazerem turnos de 24 horas para cuidar dos pacientes que estão em piores condições. E as marcas nos rostos desses médicos e enfermeiros começam a ser visíveis, nomeadamente pelo uso contínuo dos fatos que protegem também a cabeça e das máscaras.
Neste combate à doença, e enquanto ainda não há uma vacina que erradique o vírus, há equipamentos clínicos, como ventiladores, que estão a ser enviados de diversas zonas do país para Wuhan. Zhou Jun, secretário do Partido do Hospital da Amizade China-Japão em Pequim, ao South China Morning Post, ressalvou a importância destes equipamentos para evitar que a taxa de mortalidade suba ainda mais.
O número total de mortes pelo surto, inicialmente detetado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental. Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um. A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.
O novo método de contagem inclui "casos clinicamente diagnosticados", mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.
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