Em entrevista à agência de notícias espanhola, Efe, o coordenador dos projetos com grandes carnívoros, Ramón Pérez de Ayala, afirmou que é preciso começar a promover o contacto entre os vários núcleos para que se reproduzam entre si e se evitem os problemas de endogamia.
"O projeto 'Life+Iberlince' correu melhor do que esperávamos porque em todos os locais onde reintroduzimos linces correu bem, já há mais de 10 fêmeas reprodutoras, o que supõe uma progressão muito boa e nos obriga a centrar-nos na ligação entre populações", afirmou.
O desafio agora será "evitar que, a longo prazo, a endogamia jogue contra a espécie", libertando para os 'habitats' naturais "linces com a menor relação de parentesco possível".
Ramón Pérez de Ayala admitiu que "em alguns casos existe muita distância entre populações" e por isso é preciso haver "populações ponte" entre os grandes núcleos de reprodução, que possam comunicar através de "grandes corredores naturais".
A criação destas populações acarreta riscos de "aumento de mortalidade por atropelamento", mas seria uma forma de promover a mobilidade de animais de um lugar para outro, salientou.
Para Pérez de Ayala, deviam existir 750 fêmeas de lince, o que permitiria aumentar a população de linces em liberdade para 2.500 a 3.000.
Atualmente, há cerca de 800 animais na Península Ibérica, dos quais 135 fêmeas reprodutoras.