Em declarações aos jornalistas, momentos após ter chegado ao aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, proveniente de Dacar, Senegal, Umaro Sissoco Embaló, que, segundo a Comissão Nacional de Eleições, venceu as eleições presidenciais do país de 29 de dezembro, confirmou a tomada de posse na quinta-feira.
Questionado pelos jornalistas se iria tomar posse mesmo sem uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, Umaro Sissoco Embaló disse que o "Supremo terá tempo de se pronunciar".
"Eu deixo o Supremo fazer o trabalho dele e eu farei o meu trabalho político. Isto haverá duas fases. Há uma coisa simbólica, como sempre disse, a minha tomada de posse não iria acarretar custos aos cofres de Estado", afirmou.
O Supremo Tribunal, que na Guiné-Bissau também tem as competências de tribunal eleitoral, mantém um braço de ferro com a Comissão Nacional de Eleições, a quem exige que faça o apuramento nacional dos resultados eleitorais, conforme a lei.
Na sexta-feira, a comissão permanente do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15, líder da oposição) e partido que apoiou a candidatura de Umaro Sissoco Embaló instruiu o seu grupo parlamentar para requerer, com "caráter de urgência", uma sessão para a tomada de posse.
A CNE, que já publicou os resultados eleitorais, dando vitória a Umaro Sissoco Embaló, com 53,55% de votos, e atribuindo a Domingos Simões Pereira 46,45%, refere ter esgotado a sua intervenção no processo eleitoral.
Nas declarações à imprensa, Umaro Sissoco Embaló salientou que o país tem de ter "prioridades" e que em vez de pensa na "tomada de posse e gastar mais dinheiro", deve "pagar aos professores, porque os meninos têm de estudar".
"Temos esta sociedade assim por falta de escola. O lema do meu mandato tem de ser 'livro na mão', e significa que nós temos de pôr os livros nas mãos das crianças", afirmou.
Umaro Sissoco Embaló disse também que, durante as últimas semanas, esteve na Etiópia, onde decorreu a cimeira da União Africana e uma cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Indonésia e Turquia.