"Em vez de colocar cidades em quarentena, vamos implementar restrições à circulação daqueles que são suspeitos de estarem infetados ou que estão infetados", indicou o ministro da Saúde, Said Namaki, em conferência de imprensa na televisão.
"Foi decidido colocar equipas na entrada de várias cidades onde existe muito movimento", explicou Namaki, assegurando, sem especificar, que já tinha começado há "duas noites em diversos lugares".
Esses agentes "medem a temperatura das pessoas e (...) param aqueles que estão infetados ou com suspeita de infeção", afirmou.
"Peço às pessoas que não viajem", realçou o ministro, acrescentando que qualquer pessoa suspeita de ter sido infetada pelo vírus Covid-19 "na entrada de uma cidade" será "seguramente colocada em quarentena durante 14 dias".
Namaki não especificou as cidades que estarão sujeitas a essa medida de controlo.
O ministro da Saúde também anunciou "restrições de entrada" em vários lugares sagrados xiitas, incluindo o Santuário de Fatima Masumeh em Qom (centro), cidade foco da doença no Irão, e o mausoléu de Imam Reza em Mashhad (nordeste), a segunda cidade do Irão e um grande centro de peregrinação.
Nesses locais de culto, os peregrinos só entrarão com a condição de receberem "desinfetante líquido para as mãos, informações adequadas (sobre a doença), máscaras e de não se reagruparem, mas apenas orar e sair", adiantou Namaki.
Nas áreas infetadas, o encerramento das escolas será prolongado por períodos de três dias, enquanto o das universidades foi prorrogado por uma semana (a partir de sábado, primeiro dia útil da semana no Irão), acrescentou.
Nessas regiões, a grande oração semanal muçulmana de sexta-feira será suspensa "durante algum tempo", referiu o governante, acrescentando que "todas essas decisões são temporárias e que, se a situação mudar", podem "intensificá-las ou atenuá-las".
Segundo dados oficiais, 19 pessoas morreram devido ao novo coronavírus no Irão, desde o anúncio do primeiro caso de infeção em 19 de fevereiro, e quase 140 foram infetadas em todo o país.
O balanço provisório da epidemia do novo coronavírus é de mais de 2.700 mortos e mais de 81 mil infetados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios.
Das pessoas infetadas, quase 30 mil recuperaram.
Além de 2.717 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.