"A epidemia de coronavírus na China transformou-se numa pandemia global", disse o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, perante a Câmara dos Deputados em Berlim.
Perante a crise, o ministro afirmou o seu desejo de "desacelerar e limitar a propagação do coronavírus na Alemanha e nas regiões afetadas".
Spahn defendeu a decisão de cancelar de eventos que reúnam milhares de pessoas, como a feira internacional de turismo, que aconteceria de 04 a 08 de março em Berlim e foi suspensa pela organização.
"Em caso de dúvida, a segurança de nossos cidadãos é mais importante que os interesses económicos", afirmou.
Com o aumento das hospitalizações ligadas ao novo coronavírus, o ministro também levantou a possibilidade de "adiar" certas operações não urgentes para receber pacientes como prioridade.
"Os próximos dias e semanas serão um desafio", acrescentou.
Hoje, a Alemanha proibiu a exportação de equipamentos médicos de proteção, incluindo máscaras.
No país, 240 casos de Covid-19 foram confirmados em 15 dos 16 Länder (estados), de acordo com um relatório do Instituto Robert Koch, a autoridade federal de controlo de doenças.
Mais da metade dos casos estão localizados na Renânia do Norte-Vestfália, sendo que o ministro da Saúde anunciou hoje a compra de um milhão de máscaras de proteção para o pessoal médico.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo cinco em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 50 mil recuperaram.
Além de 2.983 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Iraque Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.
Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou cinco casos de infeção, dos quais quatro no Porto e um em Lisboa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".