Cabo Verde alarga interdição de voos para Itália até 30 de abril

O primeiro-ministro cabo-verdiano anunciou hoje o alargamento da interdição dos voos de Itália para Cabo Verde até 30 de abril e "vigilância apertada" nas viagens provenientes de França, Portugal e Espanha, devido ao Covid-19.

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Lusa
10/03/2020 12:13 ‧ 10/03/2020 por Lusa

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Covid-19

 

"A interdição de voos para Itália, tendo em conta a prevalência de casos. Tomámos a decisão em tempo útil e oportuno e vai ser prorrogada até 30 de abril, porque tínhamos definido um período de três semanas e continuaremos a fazer avaliação da situação da epidemia em Itália", disse o chefe do Governo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que falava, na cidade da Praia, durante a apresentação de um plano nacional de contingência para prevenção e controlo do Covid-19.

No final de fevereiro, o primeiro-ministro anunciou a interdição de todos os voos de Itália para Cabo Verde, devido ao alastrar do surto do novo coronavírus, uma medida que tinha o prazo de três semanas.

O Governo italiano anunciou quarentena em todo o país, a partir desta terça-feira, como medida para conter a propagação do surto, que já matou 463 pessoas e infetou quase oito mil no país.

Relativamente a outros países com casos da doença e onde há também um fluxo grande e permanente de transporte e diretos para Cabo Verde, nomeadamente Espanha, França e Portugal, Ulisses Correia e Silva afirmou que será mantida a "triagem e vigilância apertadas" no aeroportos.

Também anunciou que serão cancelados até 30 de junho todos os eventos internacionais no país, que reúnam números elevados de participantes vindos de países assinalados com a epidemia.

"Também esta é uma decisão que será sujeita a avaliação periódica da situação da epidemia a nível global e a nível de determinados países", prosseguiu Ulisses Correia e Silva, para quem a melhor opção que o país tem é preparar-se para "qualquer eventualidade".

É nesse contexto que o plano de contingência foi apresentando, destinando-se não só àprevenção e ação dos vários agentes, mas também à mobilização social, cuidados pessoais, acesso à informação e "blindagem à desinformação", ainda segundo o chefe do Governo.

"Estamos perante uma epidemia séria, de âmbito global, com impacto na saúde pública e na economia globais. Devemos, por isso, fazer uma abordagem muito séria e responsável, este apelo aos cidadãos cabo-verdianos no país e na diáspora", disse Correia e Silva. 

O plano foi apresentado pelo diretor nacional de Saúde, Artur Correia, que disse que o documento é o culminar de medidas que vêm sendo tomadas mesmo antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado o novo coronavírus como emergência de alcance internacional.

Fazendo um apelo a um "compromisso de todos", a proposta pretende "inspirar" as organizações do país a elaborarem os seus respetivos planos de contingência e, assim, aumentar a capacidade de resposta a nível nacional.

O documento aponta três níveis de ativação, sendo que o primeiro é o de alerta, em que o país se encontra neste momento, sem casos confirmados, seguido de perigo iminente, onde já teria um caso suspeito, e o nível de emergência nacional de saúde pública, que seria já com um caso confirmado da doença.

Além da vigilância epidemiológica nos portos e aeroportos, Artur Correia disse que o foco do plano vai ser igualmente na contenção de um possível caso que possa vir a surgir no país.

Uma intensa atividade formativa e de sensibilização dos profissionais de saúde e de todas as forças vivas para o enfrentamento da epidemia é outro dos pontos do plano de contingência.

O documento, que define ainda responsabilidades centrais e locais, vai ser validado ainda hoje, e deverá ser aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros para depois ser socializado e partilhado.

Na mesma ocasião, o diretor nacional de Saúde adiantou que todos os estudantes que vieram da China já saíram da quarentena domiciliária, que os que estão nessa situação são os que vieram de Macau e que há também alguns cidadãos chineses a serem seguidos.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro e desde então foram infetadas mais de 110 mil pessoas, mas a maioria já recuperou. A doença provocou até ao momento cerca de 3.800 mortos.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China.

 [Notícia atualizada às 13h04]

 

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