Igreja católica suspende atos litúrgicos públicos na Venezuela
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) suspendeu a realização de todos os atos litúrgicos públicos no país, incluindo missas e com recomendações aos católicos de medidas de prevenção do novo coronavírus.
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Mundo Covid-19
De acordo com um comunicado divulgado no domingo, em Caracas, esta suspensão é anunciada na sequência da decisão do Governo venezuelano de "ditar medidas exigentes", como a declaração de "quarentena social" em sete dos 24 estados do país, incluindo o Distrito Capital.
"Trata-se de uma medida que exige que todos os cidadãos permaneçam nas suas casas, uma vez que os trabalhos estão suspensos, as aulas e todas as manifestações de caráter público. Esta medida inclui todos os atos de culto de todas as religiões e da Igreja Católica", indicou.
Segundo a CEV, todos os fieis católicos devem acatar as diretrizes que apontam para o bem comum e para a defesa da saúde de todos, sem exceção. As ações evangelizadoras e de oração vão ter lugar através das redes sociais e da imprensa, referiu.
"Perante a gravidade que implica a situação, a CEV tomou a decisão de adiar todas as atividades de caráter formativo e catequético, assim como procissões, festas patronais, peregrinações e atos religiosos", adiantou.
"Tomamos a dolorosa decisão de suspender todos os atos litúrgicos, incluindo a celebração eucarística, até novo aviso", acrescentou.
A CEV sublinhou que "apenas vão ser celebradas exéquias e o sacramento da unção de doentes, tendo muito em conta as diretrizes já ditadas".
A CEV disse estar disposta a cooperar com as autoridades sanitárias e apelou às instituições de solidariedade social, como a Caritas e à ação social paroquial, para que distribuam alimentos e medicamentos "a pensar qual a melhor maneira para prestar o serviço sem que haja aglomerações de pessoas".
"Pedimos às autoridades que se dediquem a atender as necessidades da nossa gente, garantindo-lhes a proteção necessária, o respeito e o acesso a todos os recursos que necessitam para uma sã convivência, como alimentos, água, energia elétrica e atenção médica", segundo o documento.
Por outro lado, a CEV lamentou que esta pandemia seja usada para especular, subindo de maneira irracional os preços de alguns suprimentos necessários, o que constitui "uma falta grave que deve ser condenada por todos".
Para quinta-feira, a Igreja católica venezuelana prevê a realização de uma intensa jornada de oração, com cada fiel na sua casa e lugares onde se encontrem.
No domingo, o Presidente da Venezuela disse que foram detetados sete novos casos de Covid-19 no país, elevando assim para 17 o número de infetados, ao mesmo tempo que anunciou uma "quarentena coletiva" na Venezuela.
Nicolás Maduro explicou que a cidade de Caracas e seis dos 24 estados do país - La Guaira, Miranda, Zúlia, Táchira, Apure e Cojedes - passam a estar em "quarentena coletiva e social", a partir das 05:00 de segunda-feira (09:00 em Lisboa), como medida preventiva contra a pandemia de Covid-19.
Sobre a quarenta social, Maduro explicou que é "ficar em casa, estando suspensas aulas e todas as atividades laborais, exceto a de redes de distribuição de alimentos, serviços sanitários e de saúde".
Incluem-se nestas exceções "os serviços de segurança policial e militar, e o transporte (público) com a obrigatoriedade de uso de máscaras nas suas distintas modalidades".
Maduro precisou que, nos próximos dias, de maneira progressiva, a quarenta será estendida a toda a Venezuela e pediu o apoio da população, dos líderes civis, populares e militares nesse sentido.
A Venezuela está, desde sexta-feira, em "estado de alerta", que permite ao Executivo "ditar decisões drásticas" para combater a pandemia.
Foram suspensos os voos provenientes da Europa, Colômbia, Panamá e a República Dominicana, estando também restringidas as entradas de pessoas provenientes do Irão, do Japão e da Coreia do Sul.
Os clubes portugueses e as escolas venezuelanas estão encerrados, sendo obrigatório usar máscaras de proteção no metropolitano e no sistema ferroviário.
As autoridades estão a apelar às pessoas para não saírem de casa, principalmente os que tenham mais de 65 anos de idade.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 170 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 148 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 77 mil recuperaram.
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