Cabo Verde diz que todos estão convocados incluindo médicos reformados

O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, disse hoje, no parlamento, que "todos estão convocados" para o combate à pandemia de Covid-19, afirmando que conta também com os profissionais de saúde cabo-verdianos na reforma.

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Lusa
18/03/2020 12:01 ‧ 18/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Na declaração política que esta manhã iniciou a sessão parlamentar, o ministro, que tem a tutela da Saúde e de Segurança Social, reafirmou que Cabo Verde "continua livre" de Covid-19, doença provocada por um novo coronavírus, já que "todos os testes até agora realizados para os casos suspeitos deram resultado negativo".

Perante os deputados -- e depois de adiado o debate mensal com o primeiro-ministro, previsto para hoje -- Arlindo do Rosário deixou a garantia: "Conto com todos, e nesse todo incluo os profissionais que estão já na reforma e que poderão trazer a sua experiência e saber. Assim como o país continuará, seguramente, a contar com os parceiros internacionais, através da colaboração bilateral ou multilateral, como o sistema das Nações Unidas e com a OMS [Organização Mundial de Saúde]".

Depois de elencar as várias medidas já tomadas pelo Governo para se preparar para a eventual chegada da pandemia ao arquipélago -- nomeadamente a ativação do plano de contingência e uma dotação orçamental para comprar equipamentos médicos e recrutar cerca de cem profissionais de saúde -, Arlindo do Rosário alertou que "este será um combate de todos" em Cabo Verde.

"Um combate que evidenciará a maturidade, o sentido de responsabilidade e o compromisso das cabo-verdianas e dos cabo-verdianos em todas as esferas da vida política para com o seu país. Todos estão convocados", afirmou.

Cabo Verde proíbe a partir de quinta-feira, e pelo menos até 09 de abril, as ligações aéreas oriundas de 26 países, incluindo Portugal e Brasil, devido à pandemia do novo coronavírus, segundo resolução do Conselho de Ministros publicada na terça-feira em Boletim Oficial.

Com esta decisão -- que envolve ainda a proibição de atracagem em território nacional de navios de cruzeiro ou veleiros, na prática, o país fecha-se ao exterior, restrições cuja gravidade foi reconhecida no parlamento por Arlindo do Rosário.

"Medidas que exigirão de todos nós sacrifícios de vária ordem em prol de uma causa maior, que é a defesa da saúde da nossa população. Medidas que irão mexer com os nossos comportamentos e atitudes. Medidas que apelam à responsabilidade e compromisso de todos. Todos nós temos, também, a responsabilidade de seguir os conselhos médicos e de adotar comportamentos simples e práticos", apelou.

Apesar das suspensões temporárias de voos, disse que o Governo está a procurar "garantir a continuidade das evacuações sanitárias com caráter de emergência para o exterior".

Mesmo sem casos de Covid-19 até ao momento, e num país que recebe anualmente mais de 750 mil turistas, essencialmente da Europa, Arlindo do Rosário afirmou que Cabo Verde já está a "travar a sua batalha".

"Batalha que nenhum país, por mais poderoso que seja, consegue travar sozinho. Temos desafios enormes a enfrentar, é certo. Desafios do ponto de vista sanitário, económico e de segurança social. Continuaremos a trabalhar abnegadamente para reforçar as nossas capacidades de resposta, quer em termos preventivos, quer de diagnóstico e tratamento de eventuais casos que venham a aparecer", admitiu.

O ministro disse ainda que o Governo estará atento às questões laborais e de segurança social que, entretanto, deverão começar a surgir: "Estou convencido que em sede de concertação social poderemos encontrar as melhores respostas", concluiu.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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