Pequim critica polícia por ter advertido médico que alertou para o vírus
O oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, que acabaria por morrer no início de fevereiro depois de contrair o novo coronavírus (2019-nCoV), é atualmente visto na China como um herói nacional.
© Reuters
Mundo Covid-19
Um inquérito oficial chinês criticou hoje a polícia de Wuhan, cidade onde foi detetado inicialmente o novo coronavírus, por ter advertido o médico que alertou sobre o surgimento deste vírus, cuja morte, em fevereiro, suscitou a indignação pública.
O oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, que acabaria por morrer no início de fevereiro depois de contrair o novo coronavírus (2019-nCoV), é atualmente visto na China como um herói nacional por ter tentado alertar a comunidade médica, em dezembro, para a possibilidade desta nova ameaça, numa altura em que as autoridades locais tentavam abafar os seus avisos.
Perante a indignação da opinião pública chinesa, Pequim decidiu abrir um inquérito sobre a atuação das autoridades de Wuhan, que convocaram na altura o médico para prestar esclarecimentos, sob a acusação de perturbação da ordem social e de divulgação de comentários falsos.
O médico seria obrigado na altura a assinar uma carta em que se comprometia a parar com as suas "atividades ilegais" e com a divulgação de rumores na Internet.
Tal atuação foi "inapropriada", considerou a Comissão de Controlo da Disciplina, segundo noticiaram hoje as agências internacionais.
Este órgão que supervisiona os funcionários públicos chineses também pediu "a revogação" da carta assinada por Li Wenliang, bem como "o estabelecimento das responsabilidades" das pessoas envolvidas.
Num ato raro, o Supremo Tribunal Popular da China também já tinha criticado a atuação policial.
Os primeiros casos de infeção pelo novo coronavírus surgiram em Wuhan, na província de Hubei (centro da China), no início de dezembro.
Mas os habitantes desta cidade só começaram a usar máscaras de proteção por volta de 20 de janeiro, pouco antes desta zona ter sido fechada e colocada em quarentena.
O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou, até à data, mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 85.500 recuperaram da doença.
O surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
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