Autoridades da Guiné-Bissau atentas aos "gulosos" que aumentam os preços
As autoridades da Guiné-Bissau disseram hoje estar atentas aos "gulosos" que aumentam os preços dos bens essenciais, depois de na quarta-feira vários produtos de necessidade básica e alimentares terem passado a ser vendidos mais caros no país.
© Lusa
Mundo Covid-19
"A especulação é um atentado daquilo que nós chamamos os gulosos. O guloso mesmo que tenha milhões é sempre guloso e quer mais", afirmou Mamadu Serifo Jaquité, ministro da Presidência do Conselho de Ministros do Governo de Nuno Nabian, nomeado primeiro-ministro pelo autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
As autoridades guineenses anunciaram na quarta-feira um conjunto de medidas de prevenção contra o novo coronavírus, Covid-19, incluindo o encerramento de fronteiras e de escolas e de espaços comerciais não essenciais, bem como de outros locais onde possa haver aglomeração de pessoas, como restaurantes, bares e discotecas.
Apenas podem ficar abertos supermercados e estabelecimentos que vendam produtos de necessidade básica e alimentares e farmácias.
Na sequência da decisão do Governo, os preços de produtos como o arroz, base alimentar dos guineenses, óleo, açúcar e sabão aumentaram nos mercados, que também foram encerrados a nível nacional.
"O Estado, na sua qualidade de regulador, estará presente para regular a execução do preço dos produtos no mercado. Existem normas. Estaremos atentos à verificação daquele teto estabelecido sobre os produtos e se for detetado alguém a infringir as regras, existem normas sancionatórias para cada caso", salientou Mamadu Serifo Jaquité.
Nas declarações aos jornalistas, Mamadu Serifo Jaquité lembrou aos guineenses que a Guiné-Bissau tem muitas debilidades e que foi preciso impor aquelas medidas.
"A Guiné-Bissau conhece perfeitamente bem quais são as suas dificuldades sanitárias e não podemos esperar pelos casos para começar a prevenção. O Governo ouviu o alerta da Organização Mundial de Saúde e pela sua importância e responsabilidade foi preciso, no quadro da Constituição, tomar medidas", salientou.
As autoridades guineenses têm tentado sensibilizar a população para a importância da prevenção, nomeadamente da lavagem das mãos, do Covid-19.
Na Guiné-Bissau ainda não foi registado qualquer caso, mas nos países vizinhos, no Senegal e na Guiné-Conacri, há casos de Covid-19, bem como nos países onde residem as maiores comunidades emigrantes de guineense, nomeadamente Portugal, Inglaterra, França, Espanha e Itália.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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