Suspensão de vistos e fecho de escolas por 30 dias em Moçambique

O Presidente moçambicano anunciou hoje novas medidas para prevenir o novo coronavírus, a vigorar por 30 dias, a partir de segunda-feira, que incluem a suspensão de vistos e o encerramento de escolas, quando ainda não há registo de infeções.

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Lusa
20/03/2020 16:57 ‧ 20/03/2020 por Lusa

Mundo

Coronavírus

 

Numa comunicação à Nação, Filipe Nyusi anunciou a suspensão "da emissão de vistos de entrada em Moçambique" e o cancelamento de "todos os já emitidos".

O chefe de Estado anunciou ainda "o encerramento de todas as escolas públicas e privadas, do ensino pré-escolar ao ensino superior" a partir de dia 23.

Entre outras medidas divulgadas conta-se também a suspensão de todos os eventos sociais "com mais de 50 pessoas" e o alargamento de quarentena domiciliária a todos os viajantes, não apenas daqueles oriundos de países com infeções ativas.

As medidas anunciadas pelo Presidente moçambicano incluem a criação de uma comissão técnica e científica, dirigida pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, para apoiar o Governo na tomada de decisões, baseando-se em evidências científicas.

Por outro lado, o Governo moçambicano vai impor às instituições públicas e privadas, incluindo os estabelecimentos comerciais, a adoção de medidas de prevenção para evitar a eclosão da Covid-19.

"Ainda não registámos um caso da doença em Moçambique, mas este é o maior desafio para a nossa nação e exige o compromisso com a causa de solidariedade e coesão nacional para juntos vencermos esta pandemia", observou Filipe Nyusi, apelando à calma e ao uso adequado das redes sociais, que têm estado a "desinformar o povo moçambicano".

O Presidente moçambicano acrescentou: "Apelamos a todas forças vivas da sociedade para apoiarem o Governo na luta contra esta pandemia e privilegiar a informação oficial. As medidas que acabamos de anunciar são imprescindíveis para garantir do nosso maior valor, que é a vida".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.

A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 264 mortes (9.134 casos).

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

O número de mortos no país subiu para seis.

A China, por sua vez, informou não ter registado novas infeções locais pelo segundo dia consecutivo, embora o número de casos importados tenha continuado a aumentar, com 39 infeções oriundas do exterior.     No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.967 infeções diagnosticadas, incluindo 71.150 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.248.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

 

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